Nesta quinta-feira (29), voluntários do Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB) em Santa Catarina realizaram a primeira de uma série de aulas com crianças da Escola de Educação Básica Januária Teixeira da Rocha, na praia do Campeche, em Florianópolis.
O objetivo do grupo é formar pequenos Guardiões do Mar, explicou Luiz Antonio Tamburo Faraoni, coordenador do núcleo catarinense da ISSB, que participou da ação com mais três voluntárias, Rafaela Scaringella, Ana Carolina Grillo e Yasmim Yonekura.
“Inicialmente, falamos sobre o ISSB e explicamos o que é uma ONG. Então falamos sobre os animais do fundo do mar e passamos um vídeo”, comentou Faraoni completando que a escola fica há cerca de 10 minutos de caminhada da praia, atravessando uma trilha pela restinga, o que propicia uma série de oportunidades de sensibilização sobre os ambientes costeiros.
As aulas serão realizadas uma tarde por semana, a princípio até o final do ano, com atividades em sala e na praia.
O Instituto Larus é um importante parceiro do projeto, fornecendo vídeos educativos de alta qualidade sobre o ambiente marinho, filmados principalmente nas águas do entorno da Ilha de Santa Catarina, como a Reserva Marinha Biológica do Arvoredo e a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca.
A iniciativa do grupo de voluntários surgiu da vontade de levar conhecimento para a comunidade sobre problemas que cercam o ambiente marinho de uma forma lúdica e didática.
A escolha do público infantil para iniciar as atividades de conscientização se deu devido à maior abertura deste grupo a novas experiências e ao sucesso do contato estabelecido com a escola, que demonstrou interesse imediato.
“Além da parceria que precisamos e devemos ter enquanto escola pública, o contato com o Sea Shepherd abre a possibilidade de encaminharmos de maneira mais sistemática os nossos projetos na área de sustentabilidade”, comentou o diretor da escola Abrão Iuskow.
A Ilha de Santa Catarina é um local extremamente favorecido em termos de diversidade de ecossistemas costeiros da Mata Atlântica, como a floresta ombrófila densa, manguezais e restingas, além de uma série de ambientes marinhos ricos em biodiversidade, como os costões rochosos e recifes calcáreos (bancos de rodolitos).
Porém, a Ilha também é cercada de conflitos, como a falta de saneamento básico, taxas baixíssimas de coleta seletiva de resíduos, ocupação de áreas de preservação permanente, entre outros.
A sensibilização da população em relação a estes problemas é vista como uma das formas eficazes de tentar minimizá-los e preservar o que restou da biodiversidade catarinense.
O núcleo catarinense do ISSB vem trabalhando nesta e em outras linhas, como a realização de campanhas para a destinação correta de resíduos, análises de qualidade da água (já foram realizadas duas campanhas na Lagoa da Conceição) e ações em defesa dos botos de Laguna e em favor da observação de baleias em terra – em contraposição ao turismo embarcado que se mostrou danoso aos cetáceos no litoral catarinense.
A ONG também está se engajando contra a especulação imobiliária e participará no domingo (01) de uma ação no Canto do Morcego da Praia Brava, em Itajaí.