A proibição que protege os botos cor-de-rosa de serem usados como isca agora se torna permanente. A Sea Shepherd Brasil agradece a todos que participaram deste movimento pela conservação dos botos da Amazônia.
A Sea Shepherd Brasil conquista um grande marco hoje: a proibição da pesca e comércio da Piracatinga agora será mantida de maneira permanente, por tempo indeterminado.
Após 3 anos arrastando uma moratória temporária para extensões curtas que deixava incerto o destino da proteção dos botos, finalmente o Governo tomou atitude sensata pela proteção deles.
Segundo o Diário da União publicado hoje, o Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Pesca assinaram nesta sexta a Portaria Interministerial MPA/MMA Nº 4, DE 30 DE JUNHO DE 2023 que determina a proibição da pesca e comércio da piracatinga por tempo indeterminado. Um Fórum sera criado para evoluir em conhecimentos científicos sobre o tema.
É estimado que as populações de botos da Amazônia diminuam pela metade a cada 10 anos. Neste ritmo, especialistas afirmam que esta espécie tende a ser extinta em apenas algumas décadas.
Uma das ameaças recentes a este golfinho de rio tão icônico é a matança intencional por pescadores para o uso de sua carne como isca para a pesca da piracatinga, um peixe bagre que não é de consumo típico de amazonense, ou de valor comercial no Brasil. Jacarés também são ilegalmente usados como isca para a captura deste peixe.
NÃO DEIXE O BOTO VIRAR LENDA: FOI UMA CAMPANHA EMBLEMÁTICA QUE CHAMOU O BRASILEIRO PARA A AÇÃO.
A Sea Shepherd Brasil posicionou ao Governo medidas satisfatórias para a proteção do boto em reuniões presenciais que ocorreram no final de maio deste ano, e em meados do mês de junho irá enviar todas as assinaturas coletadas para os dois órgãos públicos que devem decidir sobre a extensão ou não, desta proibição: o Ministério da Pesca e o Ministério do Meio Ambiente.
Para mostrar apoio social ao pedido da organização, durante todo mês de junho a Sea Shepherd Brasil junto com grandes organizações pela conservação do meio ambiente, da Amazônia e dos animais se uniram com personalidades e outros movimentos e organizações sociais e privadas para convidar o brasileiro exigir a permanência da moratória da piracatinga.
A campanha ‘Não Deixe o Boto Virar Lenda’ informou e movimentou o público e juntou mais de 77 mil assinaturas na petição na plataforma Change.org. A campanha movimentou grandes vozes como Xuxa, Wanessa, Klebber Toledo, entre outros, além de importantes organizações: Greenpeace, AMPA, WWF, Mercy For Animals, Ampara Silvestre, Proteção Animal Mundial, Fundação Amazônia Sustentável, Fundação Vitória Amazônica, dentre muitas outras.
ENTENDENDO A AMEAÇA AO BOTO DA AMAZÔNIA
A piracatinga é exportada ilegalmente para a Colômbia, ou segue rumo ao país via seu vizinho do Peru. O comércio de piracatinga na Colômbia é proibido, já que este é um peixe com altas concentrações de mercúrio e outros tóxicos danosos à saúde. A piracatinga pode também estar sendo vendida sob outros nomes, enganando consumidores no Brasil.
A morte intencional de botos é um ato ilegal desde 1988, assim como a morte de jacarés, portanto seu uso como isca, assim como o comércio deste peixe na Colômbia, são práticas permanentemente ilegais.
Desde 2015 houve uma moratória temporária que proíbe a pesca e comercialização da piracatinga no Brasil. Esta moratória foi extendida três vezes para mais um ano, e estava prevista para acabar em 2 de julho de 2023.
Porém sabe-se que é necessário um mínimo 13 anos para estudar o real impacto de uma lei vigente na proteção destas espécies, e a legalização desta prática só fomentará um comércio rodeado de crimes e um consumo nada saudável ao brasileiro.
Desde outubro de 2021, a Sea Shepherd atua na Amazônia para a conservação dos botos. Os cientistas da Sea Shepherd se uniram a cientistas renomados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que lideram a pesquisa científica mais abrangente e extensa sobre o boto vermelho, ou boto cor-de-rosa, como é popularmente conhecido na Amazônia e no resto do Brasil, respectivamente (Inia geoffrensis). A pesquisa tem o cunho de informar a saúde populacional e densidade destas espécies.
As pesquisas hoje existentes já indicam que essas espécies necessitam constar na lista de risco crítico de extinção pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) para receberem a proteção ambiental que necessitam na região.
Com esta importante vitória, a Sea Shepherd Brasil continuará focada na preservação dos botos da Amazônia, tanto na disseminação de conhecimento técnico e embasado sobre as principais ameaças a esta espécie, como na exigência por uma maior fiscalização na região para garantir que esta proibição, assim como outras sejam devidamente implementadas.
Junte-se já à Sea Shepherd Brasil para nos ajudar nos esforços pela proteção do boto da Amazônia. Seja um doador mensal e nos ajude diretamente em nossas missões.