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Especulação em área de preservação é motivo de protestos com participação da Sea Shepherd em Itajaí

O Canto do Morcego, um dos últimos locais onde ainda se pode encontrar restinga sem edificações na região de Itajaí e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, foi palco de um abraço simbólico com cerca de 500 pessoas ao longo de 1,5 km de praia neste domingo (01).

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O objetivo do evento foi mostrar o descontentamento da população local com as tentativas sucessivas de construtoras em edificar na área que ainda guarda remanescentes de ecossistemas da Mata Atlântica e da paisagem que não se enxerga nas redondezas.

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Com apoio do núcleo catarinense do Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB), a ação foi organizada pela Unibrava, Socioambientar, Associação de Surfe Praia de Itajaí, Associação de Bodyboard de Itajaí e Associação de Skate de Itajaí.

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O evento contou, além do abraço, com aulas de yoga, muay thai, roda de conversa, escalada, sling dance, show de reggae, e limpeza da praia.

Durante a limpeza, voluntários do ISSB constaram uma enorme quantidade de bitucas de cigarro na areia, provável resultado das festas que acontecem nos bares que ocupam o Canto do Morcego.

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O ato foi organizado após uma decisão, no início de abril, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina que permitiria novas construções no local. A ação julgada pelo TJSC era referente ao questionamento de cinco entidades locais em relação à legalidade de um processo de alteração de zoneamento, favorável à construção civil, que ocorreu em 2012 na Câmara Municipal de Vereadores. Entretanto, o Plano Diretor vigente, de 2007, estabelece que o Canto do Morcego é uma ‘Macrozona de Proteção Ambiental’.

A Associação dos Proprietários da Praia Brava (Aprobrava) entrou com recurso, e por enquanto, as construções não podem ser iniciadas.

Há décadas sendo alvo de intensa pressão do violento setor imobiliário da região, o canto norte da Praia Brava é um refúgio para aqueles que desejam um pouco de paz em meio à conturbada vida urbana entre o badalado balneário de Camboriú e a região portuária de Itajaí.

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A população que defende a área do Canto do Morcego vem lutando há muitos anos pela sua preservação, inclusive já conseguiu através de Ações Civis Públicas que os bares que antes costeavam a praia desocupassem a restinga. Porém, ao contrário do determinado nas ações, os bares apenas mudaram de local, ocupando outra área de restinga logo após a rua.

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Além das ações contra a especulação imobiliária, a população está sugerindo a criação de um Parque Natural no Canto do Morcego. A proposta ainda não está formalizada, porém, deve começar a ser construída nos próximos meses.