Durante os dias 29, 30 e 31 de agosto e 01 de setembro, o núcleo carioca do Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB) realizou o “V WHALE WATCHING SEA SHEPHERD RJ EM ABROLHOS”, uma expedição para o Arquipélago de Abrolhos, em parceria com a empresa de turismo Apecatu Expedições, localizada na cidade de Caravelas (BA).
A expedição teve seu início no Aeroporto de Vitória/ES, local onde se reúnem todos os participantes que chegam de várias partes do País. Após a reunião de todo o grupo, embarcamos nas vans fretadas e seguimos rumo à cidade de Caravelas, onde chegamos durante a noite e pernoitamos dentro das embarcações.
Na manhã do dia 30, os catamarãs Zeus e Netuno partiram do cais, com destino ao Arquipélago de Abrolhos.
A viagem até Abrolhos levou cerca de 05 (cinco) horas e no caminho.
As baleias jubartes vieram nos recepcionar. E elas estão por todos os lados, encantando as pessoas, nos mostrando que SIM é possível viver em harmonia com a natureza, respeitando todos os indivíduos, suas comunidades e a necessidade de conservação da espécie. Este ano, cerca de 14 mil indivíduos passarão pelo Arquipélago de Abrolhos segundo informações do Instituto Baleia Jubarte.
Após ancorarmos em Abrolhos, recebemos a visita de 02 (dois) biólogos do ICMBio, que agradeceram a nossa presença e informaram os procedimentos a serem seguidos pelos visitantes do arquipélago, objetivando a proteção e conservação da biodiversidade presente na região. Ao final do dia, os participantes da viagem realizaram o primeiro mergulho noturno, no portinho norte.
No início do segundo dia do Live Aboard, os mergulhadores certificados conheceram os naufrágios Guadiana e Rosalinda, com os outros participantes experimentando as sensações do “batismo” de mergulho, onde vivenciaram o primeiro contato com o fundo do mar, sempre acompanhados de um instrutor,
Na parte da tarde, após a devida autorização, todos desembarcaram na Ilha Siriba, sendo guiados pelos biólogos do ICMBio, que passavam as informações sobre os belos atobás residentes e a formação vulcânica do parque nacional.
Escondida no meio da pedra, tivemos a oportunidade de encontrar uma preciosidade: Uma Grazina com seu filhote, a ave branca, com o dorso listrado de negro, a ponta da asa também negra e o bico vermelho. O filhote tem o bico amarelo e a cauda curta. Deixam-se cair no mar, para pesca, de uma altura considerável, mergulhando de três a quatro metros para capturar as suas presas.
O ninho é comumente feito em buracos nas pedras; Ao contrário dos atobás e fragatas, o filhote nasce com os olhos abertos e cobertos de penugem. Abrolhos é o este principal local de reprodução da Grazina do Bico Vermelho.
À tarde, fomos recebidos pela representante da Marinha do Brasil, que faz o gerenciamento da Ilha de Santa Bárbara, onde está localizado o Farol de Abrolhos.
A Ilha Santa Bárbara é a maior e única ilha habitada do arquipélago. Possui aproximadamente 1,5 quilômetro de extensão, 300 metros de largura e 35 metros acima do nível do mar.
O farol, relíquia de 1861 no reinado de D. Pedro II que ainda conserva as imensas lâminas de cristal, capazes de em boas condições de tempo, tornar os reflexos visíveis até no continente, a mais de 100 quilômetros de distância.
Com uma vista deslumbrante, a noite cai mais uma vez no paraíso e retornamos ao barco para mais um mergulho noturno.
No domingo, o dia amanheceu com tempo aberto, mas rapidamente se fechou, caindo uma fina chuva, o que não impossibilitou mais diversão do grupo. Os participantes habilitados ao mergulho fizeram mais um ponto de naufrágio, o navio Santa Catarina, enquanto outros participantes não mergulhadores, experimentaram incríveis sensações ao realizarem seu “batismo”, neste local mágico.
Após o almoço e já com saudades por deixar Abrolhos, retornamos de nossa viagem com destino á Caravelas.
Abrolhos foi o primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil, fundado em 1983, e possui a maior biodiversidade do Atlântico Sul. É composto de cinco ilhas: Santa Bárbara, Siriba, Redonda, Sueste e Guarita, e o único lugar no mundo onde são encontradas as formações coralíneas chamadas de “Chapeirões”.
A unidade de conservação (UC) federal tem gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é o principal ponto reprodutivo de baleias jubartes e local de concentração de cerca de 90% dos indivíduos que chegam ao Brasil. Isso se deve ao alargamento da plataforma continental, que deixa as águas mais mornas e calmas para reprodução e amamentação da espécie.
O restante do ano, as baleias jubarte passam a 4,5 mil quilômetros do litoral brasileiro: na Antártida. “Lá é a área em que elas vão se alimentar. Então, no período em que elas estão aqui, elas não se alimentam. Elas se alimentaram em excesso durante o verão, fizeram uma reserva de energia na forma da camada de gordura. No período em que elas estão aqui, eles não se alimentam e só vão queimando gordura e emagrecendo” informa o veterinário do Instituto Baleia Jubarte.
O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (ParNaM de Abrolhos) teve criado o seu Plano de Manejo em 1991 e no dia 21 de dezembro de 2012, foi criada a Portaria 138, que estabelece normas e procedimentos para o credenciamento e a autorização de uso para exercício da atividade comercial de visitação embarcada no ParNaM, podendo incluir a realização de atividades de mergulho livre e autônomo, observação de fauna e flora e caminhada monitorada em trilha.
Nossos agradecimentos à equipe da Apecatu Expedições por mais uma expedição de sucesso: Muito obrigado e até março de 2014, no “II ECO DIVE SEA SHEPHERD”.