BÚZIOS, RJ – A AÇÃO REALIZADA EM CONJUNTO COM A OPERADORA DE MERGULHO LOVE4DIVE SALVOU ANIMAIS AINDA VIVOS, E EVITOU UM POTENCIAL NÚMERO ALTÍSSIMO DE MORTES DE TARTARUGAS, PEIXES E ANIMAIS MARINHOS DO LOCAL
Após informação de pescadores no local na semana passada, a operadora Love4Dive, junto à coordenação das ações Ondas Limpas Subaquática da Sea Shepherd coordenou um resgate de animais marinhos em duas redes fantasma emaranhadas em corais do parcel da praia de Manguinhos em Búzios.
A ação ocorreu nesta terça-feira, dia 9 de fevereiro, após reabertura da área para mergulho pela Marinha. A operação contou com 6 mergulhadores autônomos, e durou por volta de 2 horas no total. Foram retiradas a rede de pesca citada pela comunidade pesqueira, e mais uma que foi encontrada no mesmo local, que aparentava estar por lá há muito mais tempo, certamente ocasionando muito tempo de danos para a fauna marinha do local.
Foram retiradas no total 15 kg de rede de pesca, com uma aparente extensão de dezenas de metros. As redes foram cuidadosamente retiradas de pedras e corais, evitando danificá-los, e nelas foram encontrados mortos na rede diversas espécies de peixes, como robalo e donzela, caranguejos, mariscos e outros crustáceos – porém alguns animais marinhos ainda estavam vivos e puderam ser resgatados, ainda no fundo do mar, ou posteriormente no barco, cuidadosamente retirados e retornados em seu habitat de origem, dentre eles caranguejos, mariscos, cracas e larvas do mar.
A ação é parte da Operação Ondas Limpas, de limpeza de praias, rios, lagos e fundo de mar na costa brasileira. Redes de pesca são um perigo real para a vida marinha. É previsto que quase 700 espécies de animais marinhos estão em risco de extinção diretamente proporcionados por estas redes descartadas no mar.
As Nações Unidas estima que alarmantes 640 mil toneladas de euipamentos de pesca são descartados, abandonados ou perdidos no mar anualmente, e esta estimativa não inclui redes de pesca vindas de pesca ilegal, não reportada ou não documentada. Quando à deriva, a rede de pesca continua a matar a vida marinha incessantemente.
Todo ano, mais de 100 mil baleias, golfinhos, focas e tartarugas são presas nestas redes de pesca, conhecidas como ‘redes de pesca fantasma’. O aprisionamento dos animais nas redes possui grandes consequências. Os animais que não conseguem se soltar, podem ficar presos e sofrer uma lenta morte por inanição. Mesmo os animais que se livram das redes podem lcarregar seus fios ainda presos em seu corpo, muitas vezes limitando sua locomoção, mutilando seus corpos ou os enforcando até a morte. Nossa equipe não conseguirá identificar o real impacto destas redes na vida marinha, mas seguramente sabem que sua retirada salvou inúmeros animais de risco de sofrimento e morte.
Redes de pesca geralmente são feitas de plástico, que demoram até 600 anos para se decompor. É estimado que mais de 40% dos plásticos de grande porte no mar são provenientes de apetrechos e redes de pesca. Estima-se que para cada 125 toneladas de peixes pescados, por volta de uma tonelada de redes de pesca fantasma são descartadas no mar. Este fenômeno é um dano em larga escala para todo o ecossistema marinho, que é totalmente desequilibrado por este tipo de atividade.
Para ajudar a Sea Shepherd e suas atividades de conservação do oceano, seja onde você estiver, repense seu consumo de peixes e animais marinhos: todo tipo de consumo de animais marinhos fomenta esta indústria e alimenta este desequilíbrio em nosso oceano.