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Sea Shepherd permanece auto-suficiente no Oceano Antártico

Segunda-feira, 10 de janeiro de 2011.

Desde que chegou no Oceano Antártico, a Sea Shepherd não espera assistência dos governos australiano e neozelandês. A primeira-ministra australiana, Julia Gillard, disse para a ONG que os mesmos não devem esperar qualquer ajuda do governo australiano no caso de algum membro da tripulação do navio necessitar de algum tipo de atendimento.  

Do Sydney Morning Herald:

A senhora Gillard apelou para ambas as partes para agirem com maior responsabilidade. “Este é um ambiente inóspito, remoto e perigoso” – disse ela a repórteres em Camberra, na segunda-feira.

“De alguma maneira vocês estão agindo de forma irresponsável, e ninguém milagrosamente vai aparecer para salvá-los – não é o modo como o mundo funciona”.

A mensagem do governo australiano é bem clara: “Não nos chame se vocês estiverem em apuros”, e a Sea Shepherd não possui a menor intenção de contatá-los, pois nós vamos e podemos tomar conta de nós mesmos.
 

Delta Team, da Sea Shepherd, tenta fugir dos fortes canhões de água lançados pelo Yusshin Maru Nº3, para garantir a segurança de sua tripulação

Delta Team, da Sea Shepherd, tenta fugir dos fortes canhões de água lançados pelo Yusshin Maru Nº3, para garantir a segurança de sua tripulação

O capitão Paul Watson, em resposta ao governo australiano disse: “Eu tenho 7 anos de experiência em navegar nos oceanos do sul, então não preciso da Primeira-ministra Gillard para me contar que estou viajando em um ambiente remoto, inóspito e perigoso. Também não espero da Austrália ou de qualquer outro lugar ‘milagrosamente’ tentar nos salvar. De fato nós sabemos como o mundo funciona. Nós não somos iatistas ricos e aventureiros tentando bater recordes e, portanto, merecedores de assistência governamental. Nós não somos pescadores que esperam e precisam de ajuda do governo. Nós somos ambientalistas marinhos, tentando parar a caça ilegal de baleias em um santuário, e nós podemos tomar conta de nós mesmos no caso de necessidades, assim como sempre o fizemos”.

Os navios da Sea Shepherd, Bob Baker e Steve Irwin, contam com enfermeiros treinados, médicos, bombeiros, e carregam consigo enfermarias e clínicas médicas. O navio está abastecido com bombas de emergência, equipamentos de combate a incêndios, reboque, entre outros equipamentos necessários.

Mesmo antes de deixarmos o porto, a Marinha Australiana deixou claro que os Sea Shepherd’s não iriam receber qualquer assistência, e o Departamento Australiano de Negócios Estrangeiros notificou a nossa tripulação que o governo iria se limitar em ajudar as pessoas em qualquer serviço consular ou de assistência.

A mensagem: Vocês estão lá por conta própria.

No ano passado, quando o Ady Gil foi partido ao meio pelo navio da frota baleeira Shonan Maru Nº 2, seus 6 tripulantes foram resgatados imediatamente pela tripulação do Bob Baker. A resposta do governo australiano a isso foi que os Japoneses iriam ser absolvidos de qualquer culpa, mesmo antes de verem as imagens da colisão entre os navios.

“Sim, é verdade”, disse o Chefe de Comunicação do Steve Irwin, Doug O’Neil, da Tasmânia. “Nosso governo fala sobre salvar baleias, mas quando se trata de fazer, eles mostram suas verdadeiras faces, como escravos do comércio e dos lucros, e, de fato, ao lado do governo japonês, passando a imagem aos cidadãos australianos de que eles defendem as baleias”.

“Quanto a agir de forma irresponsável”, comentou o Capitão Paul Watson, “eu não consigo pensar em nada mais irresponsável do que arpoadores japoneses abaterem e ameaçarem baleias protegidas em um santuário a nível internacional”.

Delta Team da Sea Shepherd corre para escapar da rápida perseguição do Yushin Maru Nº3, com o Bob Baker de apoio

Delta Team da Sea Shepherd corre para escapar da rápida perseguição do Yushin Maru Nº3, com o Bob Baker de apoio

Traduzido por Marcelo Gomide, voluntário do ISSB