Sea Shepherd luta contra baleeiros japoneses no Supremo Tribunal dos EUA
Laura Petersen, E & E reporter
Um grupo ambiental conhecido por confrontar navios baleeiros no mar pediu à Suprema Corte hoje para suspender uma liminar impedindo-a de manobras que perturbem os baleeiros japoneses.
A Sea Shepherd Conservation Society entrou com um recurso no 9º Circuito do Tribunal de Apelações dos EUA em dezembro, de uma sentença exigindo que a organização sem fins lucrativos fique pelo menos 500 metros de distância dos navios baleeiros japoneses.
Charles Moore, o advogado que representa a Sea Shepherd, disse em uma coletiva de imprensa que a sentença do 9º Circuito surpreendeu o grupo porque foi dada sem aviso ou uma chance de discussão na frente dos juízes, e sem ser solicitada pelo Instituto de Pesquisa de Cetáceos japonês.
O tribunal emitiu a liminar preliminar por vontade própria.
Moore descreveu o movimento como “altamente incomum”, enquanto Robert Kennedy Jr., por telefone, chamou de “muito, muito duvidoso e estranho e único”.
“Eu nunca vi uma espécie de liminar como esta antes em meus 30 anos como advogado e litigante”, disse Kennedy, que é advogado sênior do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e presidente da Aliança Protetora de Águas.
A liminar revogou uma decisão de março 2012 do juiz Richard Jones, em Seattle, nos EUA, que negou o pedido inicial do Instituto de Pesquisa de Cetáceos com o fundamento de que não teria êxito em julgamento. As táticas da Sea Shepherd são de baixo nível de perturbação, e o Instituto não enfrentaria danos irreparáveis se o grupo continuasse a sua campanha, regulamentou Jones. Ele acrescentou que, se o caso procedesse, o Instituto poderia ir para o tribunal com “as mãos sujas”.
O Instituto está caçando baleias no Santuário de Baleias australiano, apesar de uma liminar dos tribunais australianos, disse Moore.
A caça de baleias foi proibida em todo o mundo em 1986, mas o Japão continua caçando baleias através da isenção de pesquisa no Santuário Antártico das Baleias e águas circundantes. Uma estimativa de 20.000 baleias foram mortas para pesquisa pelo Japão, sem um único artigo ter sido publicado em uma revista científica, disse Kennedy.
“Eles são realmente uma organização pirata mascarada como um grupo de pesquisa científica”, disse ele.
As comunidades internacionais e científicas amplamente se opõem à caça de baleia para a pesquisa, disse ele. Os Departamento de Estado dos EUA também se opõe a caça às baleias.
Scott West, de operações investigativas para a Sea Shepherd, observou que a liminar se aplica apenas a Sea Shepherd Conservation Society dos EUA e seu fundador, Paul Watson. Grupos de outras nações da Sea Shepherd são entidades separadas, disse ele.
A liminar impediu os Estados Unidos de participar da campanha anual em defesa das baleias no Oceano Antártico, que normalmente envolve o posicionamento de embarcações para bloquear navios de transportar carcaças de baleias a bordo, jogando uma mistura de manteiga podre a bordo, ou jogando cordas para parar as hélices do navio.
Quatro navios com bandeira da Austrália e Holanda estão patrulhando o Oceano Antártico, disse West.
“Todas estas entidades têm assumido esta missão”, disse West. “A Sea Shepherd EUA está cumprindo, embora ridícula, esta liminar …. Nós não estamos violando a lei federal”.
A temporada de caça normalmente é entre dezembro e março, durante o verão antártico. Nem uma baleia foi morta nesta temporada até agora, disse Susan Hartland, diretora administrativa da Sea Shepherd.
Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil. Copyright 2013, Environment and Energy Publishing LLC. Reproduzido com permissão.