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Com navio quase sem combustível, frota baleeira pressiona navio de reabastecimento a entrar no território antártico australiano

Caos se espalha na frota baleeira ao deixar o navio arpoador perigosamente com baixo nível de combustível

Sun Laurel - registrado no Panamá, navio de reabastecimento de propriedade sul-coreana para a frota baleeira japonesa. Foto: Billy Danger

Uma fonte anônima dentro da Coréia informou que a frota baleeira japonesa está em desordem total, com o navio da Sea Shepherd Austrália, o SSS Sam Simon, perseguindo o navio de reabastecimento para a frota baleeira japonesa, o navio panamenho registado e sul-coreano de propriedade, Sun Laurel. O Sam Simon planeja seguir o Sun Laurel, na esperança de ser levado diretamente ao encontro do Nisshin Maru.

A fonte detalhou que o Sun Laurel  só foi contratado para abastecer a frota baleeira japonesa até meados de fevereiro, mas devido ao programa de caça do Japão ser tão intimamente ligado a seus interesses comerciais de pesca, eles estão usando sua influência dentro da indústria de pesca, na tentativa de pressionar o Sun Laurel a reabastecer os baleeiros abaixo de 60 graus em Território Antártico da Austrália, com a ameaça de colocar o Sun Laurel na lista negra para contratos futuros se eles não fizerem o reabastecimento.

O Diretor da Sea Shepherd Austrália, Jeff Hansen, afirma: “O Yushin Maru está em uma situação desesperadora, muito possivelmente incapaz de se manter em segurança em caso de uma emergência. A frota baleeira japonesa não estaria nessa situação se não fossem párias por sua caça ilegal, indesejáveis para reabastecer em qualquer porto em terra sem escrutínio, e proibidos nos portos australianos, eles tiveram que contratar um navio de reabastecimento simplesmente para serem alimentados por sua caça ilegal. Estes caçadores estão desprezando uma decisão do Tribunal Federal da Austrália e não deveriam estar no Santuário Antártico das Baleias, em primeiro lugar. O navio sul-coreano, o Sun Laurel, está fornecendo combustível para as operações ilegais da frota baleeira japonesa, o que é semelhante ao fornecimento de equipamentos para caçadores de elefantes na África.”

O Co-líder da Operação Tolerância Zero, Bob Brown, declarou: “Mais uma vez, a frota baleeira do Japão está desrespeitando a lei internacional. Agora está atraindo o governo da Coreia do Sul, que tão sabiamente decidiu ser contra a caça às baleias no ano passado. A Coreia do Sul deve pedir que este petroleiro volte para casa. Caso contrário, ele convida a uma condenação mundial, ao invés dos elogios recentes tão apreciados.”

A fonte informou que o Yushin Maru está separado da frota por centenas de quilômetros, com muito pouco combustível e incapaz de prosseguir, a menos que seja reabastecido. Isso indica que o Yushin Maru foi totalmente abandonado pelo Nisshin Maru e o resto da frota baleeira japonesa nesta hora de necessidade.

O Capitão do SSS Steve Irwin, Siddharth Charkravarty, relata: “Enquanto buscávamos o Nisshin Maru, o Steve Irwin encontrou o Yushin Maru extremamente alto para fora da água, indicando que eles tinham muito pouco combustível. Alguns dias mais tarde, quando os baleeiros tentaram trocar o Yushin Maru com o totalmente abastecido Yushin Maru 3, o Steve Irwin perseguiu o Yushin Maru na direção oposta do navio-fábrica baleeiro por 150 milhas. Durante esta perseguição, o Yushin Maru não conseguiu alcançar a sua velocidade máxima de 20 nós, mal era capaz de atingir 16-17 nós, confirmando que eles estavam com pouco combustível e, portanto, rodando a uma velocidade de economia de combustível”. Desde então, segundo este relatórios de origem coreana, o Yushin Maru está conservando suas reservas de combustível escassas e é incapaz de percorrer a distância entre eles o Nisshin Maru.

Ao invés de permanecer com seu navio irmão, ou até mesmo transferir combustível para ele, o Yushin Maru 3 optou por abandonar o Yushin Maru nas águas traiçoeiras do Oceano Austral, a fim de perseguir o navio da Sea Shepherd, Steve Irwin.

O fundador da Sea Shepherd, Paul Watson, disse: “Esta ação mostra a negligência do comandante baleeiro, não só pela santidade das baleias do Santuário de Baleias da Antártica, mas pelo total desprezo pela vida e segurança das tripulações que trabalham nestes navios de morte. No ano passado, na Operação Vento Divino, quando um dos navios da Sea Shepherd, o Brigitte Bardot, ficou comprometido, paramos a nossa campanha inteira para escoltá-los e garantir a sua segurança. Não é surpreendente que os baleeiros não compartilham esse tipo de camaradagem um para o outro, uma vez que toda a sua motivação para estar nessas águas é a ganância implacável”.

O capitão Peter Hammarstedt, a bordo do SSS Bob Barker, disse, “A Operação Tolerância Zero teve vitórias em tantas formas, interceptando os navios baleeiros para o abastecimento de combustível, e, assim, reduzindo sua temporada, deixando dois dos três navios arpoadores da frota inteiramente fora de operação e mantendo o único arpoador remanescente com o navio-fábrica correndo, e que limita severamente sua capacidade de caçar nas águas cristalinas da Antártida. Também interceptou a frota baleeira antes que eles tivessem a chance de disparar um único arpão”.

O Bob Barker continua a perseguir e caçar o navio-fábrica, o Nisshin Maru, sem ninguém atrás dele ​​e auxiliado por uma frota de drones aéreos de reconhecimento.

Os membros da tripulação do SSS Sam Simon observam o Sun Laurel a distância. Foto: Billy Danger

"O Yushin Maru está em uma situação desesperadora" - Jeff Hansen, diretor da Sea Shepherd Austrália. Foto: Tim Watters

Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil