Depois de uma vitória levando os baleeiros para fora do Santuário das Baleias no Oceano Antártico, a Sea Shepherd Conservation Society mudou sua meta de defender as baleias para proteger os tubarões. Um protocolo de entendimento foi assinado em março, entre a organização de ação direta de conservação da vida selvagem marinha e a República de Palau. Este acordo histórico autoriza a Sea Shepherd a colaborar diretamente com a Divisão de Aplicação da Lei Marinha de Palau, para patrulhar e proteger uma área marinha única, designada como o primeiro santuário de tubarões do mundo. Durante uma visita recente a Palau, o Capitão Watson e o chefe executivo principal da Sea Shepherd, Steve Roest, se encontraram com sua excelência, Presidente de Palau, Johnson Toribiong, e seus 16 membros do conselho de chefes tradicional que servem como seus conselheiros, para assinar o acordo.
Neste acordo:
• A Sea Shepherd irá – por sua própria conta – mandar uma embarcação para patrulhar o território das águas de Palau contra atividades de pesca ilegais.
• A Sea Shepherd irá apoiar os oficiais da Divisão de Aplicação da Lei Marinha de Palau a embarcar nessas embarcações e facilitar a acusação de criminosos em toda a extensão.
• O relacionamento entre a Sea Shepherd e a República de Palau é definido como “parceria para a preservação da vida marinha”.
“O presidente Johnson Toribiong levou o mundo a tomar uma ação para proteger os tubarões, e o estabelecimento de um santuário dos tubarões e mamíferos marinhos é um chamado para ações de outras nações para defender a diminuição das populações de espécies marinhas. A Sea Shepherd Conservation Society está honrada em trabalhar com o presidente Toribiong e o conselho de chefes de Palau, e nós estamos orgulhosos em fazer parte da proteção das incrivelmente bonitas e biologicamente importantes ilhas da República de Palau”, disse o Capitão Watson.
Watson e Roest, em colaboração com Dermont Keane, fundador da organização conservacionista Santuário dos Tubarões de Palau, fizeram uma proposta ao Presidente Toribiong, oferecendo a ajuda da Sea Shepherd a intervir contra atividades ilegais de pesca, particularmente a prática do finning, dentro do território das águas de Palau. Keane, que assinou a nota do acordo como testemunha, deu as boas-vindas à parceria histórica com a Sea Shepherd, declarando: “este é uma marco importante para os esforços conservacionistas de Palau, e claramente passa a mensagem certa ao mundo: nossa nação é séria quanto à proteção das nossas leis de proteção marinha, e com a ajuda da Sea Shepherd, pequenas nações podem certamente fazer uma grande diferença”.
O presidente Toribiong e o conselho de chefes de Palau concordaram que seu país precisa da ajuda da Sea Shepherd para proteger os recursos naturais de Palau, espetaculares, mas ainda frágeis. Em setembro de 2009, o presidente Toribiong escreveu às Nações Unidas e declarou as águas do território de Palau o primeiro santuário oficial dos tubarões. Em agosto de 2010, o presidente reconheceu a proteção de todos mamíferos marinhos no mesmo santuário designado. Apesar de um acréscimo no problema da pesca nas águas de Palau, o presidente Toribiong não vacilou em seu suporte a conservação. Esta união entre o governo de Palau e a Sea Shepherd deu início à próxima fase do plano de conservação do presidente Toribiong: a execução de campo.
“Este acordo é um exemplo de um governo preocupado trabalhando em colaboração com uma ONG como a Sea Shepherd. Isso reforça que as nações das pequenas ilhas estão à frente da conservação dos oceanos, e mais preocupados em tomar providências por suas próprias mãos, antes que seja tarde demais para fazer algo a respeito da perda da vida e habitat marinhos”, disse Roest.
A Sea Shepherd tem uma longa história de trabalho em direta colaboração com governos para se opor a caça ilegal. Seu primeiro acordo foi com as ilhas Galápagos, onde hoje a Sea Shepherd está em seu 11º ano de trabalho em parceria com o Parque Nacional de Galápagos e a Policia Ambiental Equatoriana para proteger as águas da Reserva Marinha de Galápagos.
Traduzido por Tomaz Horn, voluntário da ISSB.