Operação ilegal de pesca de Atum é flagrada em Galápagos
Na noite de 30 de junho de 2009, a embarcação de pesca comercial de atum “Don Mario”, do porto de pesca de Manta, Equador, foi flagrada pescando dentro da área da Reserva Marinha de Galápagos. No momento da ocorrência, a embarcação estava cerca de 30 milhas dentro das águas protegidas do Parque Nacional – cerca de 55km dentro do território do Parque – com as redes na água. Nas redes, os oficiais do Parque descobriram não apenas Atum, mas numerosas outras espécies incluindo Tartarugas Marinhas.
A embarcação foi detectada graças ao novo sistema de monitoração por satélite que tem sido usado dentro da Reserva Marinha. Todas as embarcações equatorianas maiores de 20 toneladas são obrigadas a possuir este sistema, transmissores, onde todos os seus movimentos são monitorados por um centro de controle. O “Don Mario” foi detectado diminuindo sua velocidade e realizando movimentos irregulares, isto causou o envio imediato por parte do Parque Nacional de uma patrulha para checar a atividade da embarcação pesqueira no local.
O “Don Mario” recebeu permissão de cruzar as águas da Reserva Marinha pela Marinha Equatoriana. Infelizmente, é bem comum a passagem de embarcações comerciais através destas águas naquilo que é chamado de passagem “inocente”. Desta vez parece que a passagem não era assim tão inocente.
Foi ordenado ao “Don Mario” que se dirigisse ao Porto de Villamil na Ilha Isabela, onde foi oficialmente acusado de pesca ilegal nas Águas da Reserva Marinha de Galápagos. O proprietário da embarcação comentou que a mesma não estava pescando e sim consertando seus motores na hora da ocorrência. Desde que estavam com as redes na água no momento em que foi abordada pelos oficiais do Parque, tal afirmação feita pelo seu proprietário que não deve ser aceita pela corte.
A apreensão do “Don Mario” nos dá a prova que estávamos atrás por algum tempo. Embarcações comerciais do Equador, Colômbia, Panamá e Venezuela, têm pescado ilegalmente dentro da Reserva Marinha de Galápagos. A Sea Shepherd Galápagos tem recolhido aparelhos detectores de Atuns, chamados de “Tuna-Balls” (bóias de atum), que tem sido encontrados muito regularmente dentro da área da Reserva Marinha. Tais esferas retransmitem informações, tais como, abundância de peixes, temperatura da água, posição GPS às embarcações comerciais de Atum. Baseados na interpretação destas informações decidem quantas embarcações e pessoal deslocarão para o local em que a bóias de atum se encontra. Afortunadamente para a Sea Shepherd, os proprietários colocam o nome da embarcação nas bóias de atum. Apenas alguns dias antes do “Don Mario” ter sido pego em atividade de pesca ilegal, um pescador local encontrou uma de suas bóias de atum flutuando na exata posição em que a embarcação foi surpreendida pelos oficiais do Parque de Galápagos.
A Sea Shepherd (Galápagos) coletou até o momento cerca de 15 bóias de atum de 15 embarcações diferentes, suspeitamos que todas estas embarcações estejam engajadas em pesca ilegal dentro da Reserva Marinha. Muito freqüentemente, avistamos estas embarcações de pesca de Atum entrar nos portos de Galápagos, no que é chamado de parada emergencial de 48 horas. Sempre fingem ter alguma emergência médica ou mecânica a fim de ter sua entrada permitida no porto. Isto lhes fornece uma boa oportunidade de verificarem se as embarcações da Patrulha do Parque estão no Porto ou em patrulhamento.
Obviamente o novo sistema de monitoramento por satélite é inestimável, mas a fim de parar totalmente a possibilidade de pesca ilegal da frota de Atum comercial na área, a permissão para que os mesmos utilizem as águas da Reserva Marinha como passagem deve ser negada todas às vezes que forem solicitadas por parte destes pesqueiros comerciais.