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Paul Watson fora da Lista Vermelha da Interpol

Foto: Sea Shepherd France

Foto: Sea Shepherd France

A Comissão de Controle dos Arquivos da INTERPOL suspende o Alerta Vermelho (Red Notice) emitido pelo Japão contra o Capitão Paul Watson, fundador da Sea Shepherd e referência mundial na proteção do oceano

8 DE ABRIL DE 2025 – A decisão, tomada em abril de 2025, determina a remoção imediata do Alerta Vermelho (Red Notice) contra Paul Watson, do Sistema de Informações da INTERPOL, impossibilitando que qualquer um dos 196 países ou organizações afiliadas à INTERPOL tenha acesso ou possa agir com base neste alerta, até que a Comissão conclua sua análise definitiva, prevista para junho de 2025.

Paul Watson foi preso em julho de 2024 na Groenlândia a pedido do Japão, devido a esse Alerta Vermelho, e permaneceu detido por quase cinco meses enquanto enfrentava o risco de extradição para a prisão japonesa. 

Sua prisão mobilizou nosso país e o mundo. A Sea Shepherd Brasil liderou uma intensa campanha pela sua libertação, incluindo um pedido oficial enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em resposta, Lula redigiu uma carta à Primeira Ministra da Dinamarca solicitando a não extradição de Watson ao Japão. 

A Dinamarca, após análise jurídica criteriosa, rejeitou formalmente o pedido de extradição, reconhecendo a fragilidade do caso e as implicações políticas envolvidas. Watson foi libertado poucos dias antes da audiência final sobre sua extradição, em dezembro de 2024.

Em sua decisão, a Comissão da INTERPOL expressou sérias preocupações quanto à legalidade e à motivação política do mandado japonês, destacando:

  •   A desproporcionalidade da acusação;
  •   Riscos concretos à garantia de um julgamento justo e à integridade física de Watson em caso de extradição;
  •   A existência de inconsistências, inexatidões e até falsidades no dossiê japonês.

“Essa suspensão é uma mensagem clara: o sistema jurídico internacional não pode ser usado como arma política contra aqueles que dedicam a vida à proteção do planeta. Paul representa milhões de pessoas que não se curvam diante de governos ou corporações, e sua liberdade é também uma vitória para todos os defensores da vida marinha”, afirma Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.

Com a suspensão, a liberdade de movimento do Capitão Watson está integralmente restaurada. Em junho de 2025, ele será um dos palestrantes convidados da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), que acontecerá em Nice, França, no mesmo período em que a Comissão da INTERPOL deverá divulgar sua decisão final.

A Sea Shepherd Brasil comemora a decisão da INTERPOL, mas permanece vigilante até a conclusão definitiva do processo em junho. A organização reafirma seu compromisso com a justiça, com a proteção do oceano e com o apoio irrestrito a quem enfrenta represálias por defender o meio ambiente.