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Baterista Matt Sorum faz um alerta sobre a matança anual de focas da Namíbia

Reconhecido baterista de hard rock, Matt Sorum faz um alerta sobre a matança anual de focas da Namíbia, marcada para começar no próximo mês

Matt e convidados em santuário de leões, cuja visita foi organizada pela SSCS África do Sul. Foto: Sea Shepherd

Reconhecido no Hall da Fama do Rock and Rock, o baterista Matt Sorum, que já integrou bandas icônicas como Guns ‘n Roses, Velvet Revolver e The Cult, expressou alarme ao saber do segredo da Namíbia – a caça de focas, definida para começar em 1 de julho. Sorum foi informado do maior e mais brutal massacre em massa do mundo de mamíferos marinhos pela organização de conservação marinha sem fins lucrativos, a Sea Shepherd Conservation Society EUA. Ele está atualmente em turnê na África do Sul com o grupo Kings of Chaos, tocando na Cidade do Cabo e Joanesburgo.

Sorum, um conservacionista dedicado e filantropo, e um amante dos animais dedicado, suporta várias organizações de proteção animal para fazer a diferença para a vida selvagem. Ele também tem sua própria fundação, Adopt the Arts, cuja missão é a de manter as artes na educação pública.

“Estou chocado ao saber da matança de focas, que começa no próximo mês”, disse Sorum. “Esses animais devem ser protegidos por lei e vivem em uma reserva designada. Na Namíbia, a conservação desses animais poderia render uma grande quantidade de dinheiro, como os aqui em Hout Bay, para o gozo de turistas”, disse ele. Matar as focas protegidas é brutal e míope e, eventualmente, vai extingui-las para as gerações futuras”, acrescentou.

A cada ano, de 1 de julho a 15 de novembro, até 85 mil filhotes de foca são espancados até a morte na Namíbia por suas peles. Os filhotes aterrorizados são jogados para cima, separados de suas mães, e agredidos até a morte com picaretas. Muitas vezes eles são esfaqueados no coração e esfolados ainda vivos. Outros 6 mil machos adultos também serão abatidos. Eles receberão um tiro à queima-roupa para que seus órgãos genitais possam ser exportados para os mercados asiáticos, para serem usados para fazer afrodisíacos, que erroneamente acreditam aumentar a virilidade de um homem.

A caça é desumana, insustentável, ilegal e antiética. Talvez o mais preocupante de tudo é que essa matança acontece em um lugar que supostamente é uma reserva de proteção. As agressões começam diariamente às 06h00. Por volta das 09h00, os corpos sem vida de centenas de filhotes de focas são reunidos – enquanto suas mães gritam angustiadas – e tratores reviram a areia sangrenta para limpar a praia antes dos turistas chegarem para ver a colônia. A caça clandestina também viola a própria Lei de Proteção Animal da Namíbia e a Lei dos Recursos Marinhos.

Os caçadores comerciais contratam cerca de 160 trabalhadores por meio período para surrar as focas, a maioria dos filhotes são espancados até a morte com apenas seis meses de idade. Canadá e Rússia proibiram a prática de espancamento de focas bebês que ainda estão amamentando ou têm menos de um ano de idade, pois eles ainda são muito dependentes de suas mães. A Namíbia não estabeleceu nenhuma dessas restrições, apesar do fato das taxas de nascimento e do número de filhotes diminuírem a cada ano que passa.

Matt (e amigos) adotou vários leões em sua visita ao Santuário Drakenstein Lion Park na Cidade do Cabo. Foto: Sea Shepherd

Em 5 de junho de 2013, o Membro do Parlamento da África do Sul, Meriam Phaliso, disse que “o governo (Sul-Africano) deve considerar a permissão da caça de focas, como forma de criação de emprego para compensar várias pescarias que entraram em colapso pelo excesso de pesca”. Phaliso passou a comentar que as focas são “as maiores caçadoras de alguns dos peixes e ninguém as prende… a caça de focas é um mecanismo de criação de emprego que pode colocar comida nas mesas em algumas áreas”.

A Diretora Administrativa da Sea Shepherd EUA, Susan Hartland, respondeu, dizendo: “Os únicos caçadores neste cenário são os humanos gananciosos que estão destruindo a fauna oceânica além do que pode se recuperar. Rotular focas como caçadoras não faz muito sentido, as focas não fazem compras no supermercado do bairro para suas refeições, pois elas dependem de uma dieta básica de pescado selvagem – peixe que nós egoisticamente tiramos do meio delas, os seres humanos são os únicos que estão com excesso de pesca nos oceanos a um ritmo alarmante”. Hartland concorda plenamente que as focas são um “mecanismo de criação de trabalho”, mas isso é “em grande parte porque as focas são uma espécie muito procurada, atraindo o turismo ecológico na região para safaris, fotos e afins. Estudos têm mostrado que uma foca, bem como outras espécies marinhas, é mais valiosa viva do que morta”, acrescentou.

Na verdade, o Governo da Namíbia acredita que a indústria de peles de foca cria postos de trabalho em sua nação empobrecida, mas um estudo recente confirmou que as focas geram muito mais renda vivas do que mortas. Em 2008, a caça gerou 320.000 libras, enquanto a atividade de ecoturismo assistido das focas rendeu 1.300.000 libras nas despesas de turismo direto. A Namíbia é o único país na faixa do Cabo em que é permitida a caça comercial de focas.

O abate é impulsionado principalmente por um homem, Hatem Yavuz, que detém o contrato de compra da pele de cada foca namibiano agredida até a morte, até 2019. Ele paga apenas 7 dólares a pele, mas acaba vendendo seus casacos de pele de foca por até 35 mil dólares cada um, o que indica que ainda há pessoas lá fora que estão dispostas a ignorar a crueldade e o impacto ambiental por trás de seus casacos de pele. Ele está ficando rico enquanto os trabalhadores namibianos locais recebem bem menos que o salário mínimo, e grande parte vive na pobreza. Claramente, apenas um punhado de pessoas estão se tornando ricas com o abate, deixando para trás a destruição ambiental para as gerações futuras.

A Sea Shepherd fez campanha na Namíbia desde 2011 usando equipes à paisana e drones para monitorar o abate das focas na Cidade do Cabo. O trabalho da Sea Shepherd para defender as focas foi registrado em um documentário de uma hora, intitulado “Seal Wars”, que foi ao ar em junho de 2012, no Animal Planet.

Joe Elliott, Nikki Botha, voluntário da SSCS África do Sul, Ace Harper e Matt Sorum. Foto: Sea Shepherd

Rosie Kunneke, da SSCS África do Sul, no show de Kings of Chaos. Foto: Sea Shepherd

Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil