Palestra com a ativista e fotógrafa da Sea Shepherd Conservation Society Carolina A. Castro na PUCRS
Por Rodrigo Marques, Coordenador do Núcleo RS
O Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB), através de seu Núcleo Regional Rio Grande do Sul, promoveu na última segunda feira (19) a palestra: “Santuário de baleias: A verdade sobre a caça no oceano austral” com a fotógrafa e produtora do Reality show “Whale Wars” (Defensores de baleias no Brasil). A série é exibida pelo canal Animal Planet retrata o cotidiano dos voluntários da Sea Shepherd a bordo das embarcações que lutam contra a matança de baleias promovida pelos baleeiros japoneses, na Antártica.
A palestrante abordou diferentes assuntos relacionados a sua experiência em diversas campanhas da Sea Shepherd Conservation Society (SSCS). Após a recente decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que considera a ação dos baleeiros japoneses como ilegal, proibindo a caça no oceano austral (santuário de baleias), segundo ela, “ se eles voltarem, a Sea Shepherd estará lá esperando”. A frota atual da SSCS foi apresentada aos presentes e mostrou como é difícil e árduo esse trabalho de conservação levando –se em conta o quanto os baleeiros investem na caça. Mesmo com essa batalha sendo equiparada a “Davi e Golias”, Carolina mostrou que com persistência e muita dedicação aos oceanos é possível sim frear os caçadores e livrar as baleias deste destino cruel que é a indústria da carne de baleia.
Sobre as “pesquisas” que os baleeiros dizem estar fazendo, ela foi enfática em afirmar que em todos esses anos de caça e a quantidade de animais mortos, não chega nem perto do que poderíamos chamar de pesquisa científica. O que acontece na verdade é uma fachada para o comércio de carne de baleia e que sequer eles apresentam algum resultado de pesquisa que justifique a morte de centenas de baleias.
Para Carolina, “voltar a Porto Alegre e poder compartilhar as vivências que tive nos mares gelados da Antártica com meus conterrâneos foi uma experiência extraordinária. Fiquei muito feliz em conhecer também os voluntários do núcleo RS e de ver alguns jovens se interessarem pela causa e, possivelmente, juntarem-se ao movimento. Afinal, cada um de nós pode fazer a sua parte para proteger a vida marinha. Parece um assunto muito distante, mas a conservação da Antártica é muito importante para todos nós e a nossa luta nesses mares longínquos significa muito mais do que as baleias que lá estão sendo caçadas, é também um marco na conservação ambiental. Com as campanhas no Oceano Austral provamos que com o apoio de diversas pessoas do mundo inteiro podemos e fazemos a diferença contra a injustiça ambiental e o descaso político de governos que não respeitam as regulamentações internacionais”.
Sobre a caça ilegal de baleias ela continua, “desde 1986 existe uma moratória sobre a caça comercial de baleias. O Japão aproveitou uma brecha nas regulamentações e se auto concedeu licenças anuais para caçar baleias na Antártica, mesmo com a reprovação da comunidade científica mundial e da Comissão Baleeira Internacional (CIB). Nem mesmo quando a comissão nomeou os mares da Antártica como santuário de baleias em 1994, na tentativa de intimidar o Japão a parar com a farsa de tentar matar mais de 1000 baleias por estação por “motivos científicos”, os baleeiros pararam. A caça das baleias na Antártica é ilegal, já dizíamos isso há muito tempo, mas em março desse ano a Corte Internacional de Justiça falou ainda mais alto e calou os baleeiros, pelo menos por algum tempo. Agora, mesmo depois da decisão da CIJ eles anunciam ter a intenção de retornar à Antártica em 2015 e se retornarem estaremos esperando por eles. Agradeço o convite do Rodrigo Marques, coordenador do núcleo RS do ISSB e a Dra. Ana, tutora do Pet (Programa de Educação Tutorial) Biologia da Faculdade de Biociências da PUCRS pela oportunidade de dividir o que realmente se passa no Santuário de Baleias do Oceano Austral.”
Para conhecer mais sobre o trabalho da fotógrafa acesse: