No início da tarde do dia 11 de agosto, voluntários do Núcleo Rio de Janeiro do Instituto Sea Shepherd Brasil foram comunicados sobre a aparição de um golfinho ferido nas proximidades da Praia Vermelha, no bairro da Urca, zona sul da capital.
De imediato, 06 (seis) integrantes do núcleo carioca seguiram para o local, quando foram alertados de que o golfinho já se encontrava na Marina da Glória, também na zona sul da cidade.
O Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros já havia sido comunicado pelo ambientalista Paulo Maia e deslocaram uma lancha para a Marina da Glória, onde aguardaram a chegada dos voluntários, com o objetivo principal de auxiliar no monitoramento do golfinho, afastar os curiosos e até mesmo realizar um resgate, caso fosse necessário.
Após proceder uma aproximação cautelosa com a embarcação, foi constatado que o animal, medindo cerca de dois metros, estava com uma extensa e profunda lesão, próxima da nadadeira caudal, com comprometimento de coluna. A lesão possivelmente foi provocada pela hélice de uma grande embarcação. Durante cerca de quatro horas, o golfinho foi monitorado, apesar das condições adversas, face a água suja com detritos e óleo combustível da grande quantidade de embarcações que utilizam a região da marina.
Infelizmente, as condições para um resgate não foram favoráveis, rapidamente anoiteceu e o golfinho desapareceu. As buscas pelo golfinho foram retomadas no dia seguinte, às seis horas da manhã, mas o golfinho não foi encontrado na Marina da Glória, bem como também não foi localizado nas áreas próximas, como a Praia do Flamengo e as enseadas de Botafogo e Niterói.
O Núcleo RJ contatou as operadoras de mergulho Mar do Rio e Mergulho Carioca, parceiras da organização, deixando-os de sobreaviso, caso avistassem o golfinho durante as saídas ao mar.
“Assim que tomei conhecimento do fato, comuniquei-me com outros voluntários que se deslocaram até a Marina da Glória. Contatei o ambientalista Paulo Maia que comunicou-se com o G-Mar dos Bombeiros e também o Prof. Jeferson Pires, médico veterinário do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da Universidade Estácio de Sá (Cras/Unesa), relatando a ocorrência, tendo o mesmo se colocado imediatamente a disposição para receber o animal. O Cras/Unesa é o único local na cidade do Rio de Janeiro, em condições de receber um golfinho que necessite de reabilitação e cuidados especiais. Também entramos em contato com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua) do Departamento de Oceanografia da UERJ e solicitamos apoio na operação.” – informou Luiz André Albuquerque, Diretor Regional do Núcleo Rio de Janeiro.
Três dias depois, um golfinho foi encontrado morto na região de Maricá, Estado do Rio de Janeiro e estamos aguardando a necrópsia do animal para constatar se trata-se do mesmo golfinho.
Nosso agradecimentos à todos que se mobilizaram e colocaram-se à disposição nesta tentativa de salvar uma vida: Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (G-Mar/CBMERJ), ao ambientalista Paulo Maia, ao prof. Jeferson Pires (Cras/Unesa), as operadoras de mergulho Mar do Rio (que nos cedeu nadadeiras e máscaras, para eventual necessidade de uso) e Mergulho Carioca, aos voluntários do Núcleo RJ Ed Bastos, Flavia Trindade, Raphael Jordão, Miguel Coutinho e Adriana Moretta.