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Um leão-marinho morto e outros em perigo após marcação no porto de Astoria (EUA)

O leão-marinho conhecido como Justiça começa a afundar pouco antes de sua morte. Foto: Leslie Holding / Sea Shepherd

Como resultado da captura traumática e cruel para a marcação de 38 leões-marinhos pelo Departamento de Pesca e Vida Selvagem de Oregon, no Porto de Astoria, nos Estados Unidos, um leão-marinho morreu e pelo menos um animal permanece visivelmente com dor nas docas.

A partir de 9:50 desta manhã, os Guardiões da Represa no Porto de Astoria perceberam dois leões-marinhos em perigo extremo após serem marcados brutalmente por um trabalhador do Departamento de Pesca e Vida Selvagem de Oregon no domingo, 24 de março. Um deles foi visto no cais se contorcendo de dor. O outro estava no rio e completamente incapacitado. O animal não conseguia manter a cabeça acima da água, e um leão-marinho amigo estava o ajudando a se manter à tona, até que ele afundou e não voltou à superfície. O leão-marinho nº 349 se foi. Os Guardiões da Represa o chamaram de Justiça e fizeram um minuto de silêncio para ele.

“Justiça foi torturado e morto pelo Departamento de Pesca e Vida Selvagem de Oregon e todos os dólares dos contribuintes”, disse Ashley Lenton, no líder da campanha Guardiões da Represa. “A atitude cavalheiresca expressa no noticiário ontem pelos funcionários do Departamento de Pesca e Vida Selvagem de Oregon, de que a marcação não traz nenhuma conseqüência é completamente errada”, acrescentou. “Estes são animais selvagens. Além do trauma de serem capturados, existe a dor, sangramento e infecção causados pelos ferros quentes sendo queimados em sua carne, o que é doloroso, e traz conseqüências, e se trata de um grande negócio, não importa o que eles dizem”, acrescentou. “Um leão-marinho morto é prova suficiente”.

Os leões marinhos são parte da paisagem do Rio Columbia e estão lá desde antes das expedições de Lewis & Clark. Este rio é tanto a sua casa como a nossa. O Departamento de Pesca e Vida Selvagem de Oregon precisa parar de culpar os leões-marinhos protegidos por uma lei federal pela sua má gestão das populações de salmão. Estes animais foram claramente transformados em bodes expiatórios.

A campanha Guardiões da Represa teve início em 15 de março e é a segunda campanha da Sea Shepherd em defesa dos leões-marinhos ao longo do rio Columbia. Mais de 368 leões-marinhos foram executados pelos funcionários do Departamento de Pesca e Vida Selvagem de Oregon e Washington pelo crime de comer salmão, em extinção no rio Columbia, perto da represa de Bonneville. Os Estados estão autorizados a matar até 92 dos pinípedes protegidos pelo governo federal anualmente até junho de 2016. Os leões-marinhos serão marcados com ferro quente, feridos com balas de borracha e explosivos, e mortos por injeção letal ou espingarda por comer menos de 4% do salmão na represa; no ano passado, eles comeram apenas 1,6%. Tudo isso é patrocinado pelos contribuintes americanos, enquanto a pesca comercial, esportiva, e artesanal estão autorizadas a pescar até 17% do mesmo salmão em perigo, e a barragem em si é responsável pela morte de cerca de 17% dos salmões adultos.

“A questão é por que os humanos são tão gananciosos que não estamos dispostos a partilhar, um percentual menor de salmão com os leões marinhos?” disse Ashley Lenton.

Os Guardiões da Represa estarão no terreno na represa de Bonneville e do Porto de Astoria documentando esta cena horrível e divulgando para o mundo até 31 de maio de 2013. A Sea Shepherd está pedindo aos cidadãos interessados ​​para registrarem suas reclamações nos gabinetes dos governadores de Washington e Oregon. Leia mais sobre a captura e marcação horrível em nosso artigo de domingo, 24 de março: Mais de 30 leões-marinhos são capturados e marcados no porto de Astoria (EUA).

Voluntários da Sea Shepherd e turistas assistem como os funcionários do Departamento de Pesca e Vida Selvagem de Oregon marcam os leões-marinhos no porto de Astoria. Foto: Aaron Hall / Sea Shepherd

Fatos:

• Os leões marinhos consomem entre 0,4% e 4,2% dos 80.000 a 300.000 salmões que desovam no rio Columbia cada ano.

• As barragens ao longo do rio Columbia matam cerca de 60% do salmão jovem e 17% do salmão adulto.

• A atividade de pesca humana mata cerca de 17% do salmão adulto do rio.

• A pesca comercial e esportiva mata até 3.000 mil salmões jovens por ano.

Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil