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Vitória! Licença para importação de 18 baleias-belugas para exibição no Georgia Aquarium é negada

Duas belugas mantidas em cativeiro. Foto: Sea Shepherd

A comunidade de conservação da fauna marinha está coletivamente dando um suspiro de alívio ao saber hoje que a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos, anunciou que está negando o pedido do Georgia Aquarium visando a autorização para importar 18 baleias-belugas da Rússia, para exibição pública nos Estados Unidos. As baleias foram capturadas no Mar de Okhotsk, na Rússia, entre 2006 e 2011, e atualmente vivem em cativeiro na Estação de Pesquisa de Mamíferos Marinhos de Utrish, na costa do Mar Negro, na Rússia. Os ambientalistas têm sustentado que estes mamíferos marinhos não devem ser retirados do meio natural para exibição por diversas razões, como a escassez de dados científicos sobre a população reduzida das belugas Sakhalin-Amur, além do fato de que o impacto negativo sobre as espécies de outras atividades induzidas pelo homem, como a caça, pesca e degradação ambiental, ainda é desconhecido.

O Geórgia Aquarium tentou importar as baleias para exibição pública em suas próprias instalações em Atlanta. Algumas das belugas supostamente também seriam destinadas para exposição em instalações de parceiros do Georgia Aquarium, incluindo o SeaWorld da Florida, o SeaWorld do Texas, o SeaWorld da Califórnia e o Shedd Aquarium, em Chicago.

A negativa da autorização foi emitida depois de um longo período de revisão pública durante o qual a NOAA recebeu 9.000 comentários para reflexão sobre o assunto. A antiga coordenadora da Sea Shepherd em Jacksonville, na Flórida, Jennifer Mishler, iniciou uma petição para que a licença fosse negada, que recebeu cerca de 76 mil assinaturas. O pedido de autorização teria sido o primeiro a solicitar a importação de mamíferos marinhos  selvagens capturados em mais de 20 anos.

De acordo com a NOAA, a negativa da autorização foi baseada, em grande parte, pelas seguintes razões:

  • Incapacidade de determinar se a atividade proposta, por si só, ou em combinação com outras atividades, provavelmente teria um impacto adverso significativo sobre a espécie ou estoque.
  • A probabilidade de que o pedido resultaria na captura de mamíferos marinhos além daqueles autorizados por esta licença, como espera-se que a captura legal de mamíferos marinhos continue na Rússia. A NOAA afirmou que acredita que a emissão dessa autorização, portanto, contribui para a captura de belugas no futuro com o propósito de exibição pública nos EUA e no mundo.
  • Determinou-se que cinco das baleias-belugas propostas para importação, estima-se que tinham cerca de 18 meses de idade no momento da captura, e estariam potencialmente ainda sob cuidados e ainda não seriam independentes.

A Sea Shepherd elogia a NOAA pela sua decisão justa e bem pensada em negar esta autorização. Nós incondicionalmente concordamos que, autorizando essa importação, a NOAA teria contribuído para o sofrimento adicional desses animais. De fato, os relatórios on-line indicam que duas baleias-belugas capturadas no Extremo Oriente russo foram transportadas de Vladivostok para Taiji no início deste ano.

As duas belugas, um macho e uma fêmea, de aproximadamente quatro anos de idade, foram transportados para Taiji em troca de quatro golfinhos que foram capturados durante as caçadas bárbaras e sangrentas que ocorrem a cada temporada na enseada infame de Taiji. Alguns grupos ambientalistas afirmaram que as duas belugas enviadas para o Japão provavelmente foram capturadas do mesmo grupo visado por essas entidades, numa tentativa de suprir as instalações dos EUA acima mencionadas.

As duas belugas estão sendo mantidas no cativeiro de golfinhos em Taiji, onde, após as caçadas, a maioria dos golfinhos selecionados para serem vendidos para uma vida de escravidão e desespero em cativeiro, ficam detidos, enquanto aguardam o transporte para parques marinhos em todo o mundo, para realizar truques em troca de suas refeições. O resto é brutalmente morto um por um, com um golpe em sua coluna, levando-os a se afogar em seu próprio sangue, ao lado de suas famílias, em uma cena horrível, que ninguém jamais deveria testemunhar , quanto mais vivenciar. Os Guardiões da Enseada da Sea Shepherd, que estão em vigília sobre os golfinhos e relatando cada caça, captura e assassinato, estavam lá na temporada passada, quando as belugas chegaram.

Neste momento, as autoridades estão relatando que não têm idéia do que vai ser feito com as 18 belugas que estão agora vivendo em pequenos cativeiros na Estação de Pesquisa de Mamíferos Marinhos de Utrish, na costa do Mar Negro, na Rússia. Infelizmente, as 18 baleias provavelmente serão vendidas para atender a demanda da indústria em cativeiro em todo o mundo.

“Não é difícil ligar os pontos entre a matança sangrenta e o comércio internacional de baleias e golfinhos para a indústria de entretenimento”, disse Susan Hartland, Diretora Administrativa da Sea Shepherd EUA. “Quando você compra um ingresso para um parque marinho ou nada com um golfinho, a dura verdade é que você está contribuindo para o sofrimento horrível e abreviando a vida dessas criaturas altamente inteligentes e sociais”.