Editorial

Apelo para que as nações tomem medidas para proteger todas as vidas no Santuário Antártico das Baleias

Uma carta aberta para as nações do mundo agirem para parar a matança de baleias pelo Japão no oceano Austral da Antártida:

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APELO ÀS NAÇÕES PARA AGIREM NA PROTEÇÃO DE TODAS
AS VIDAS NO SANTUÁRIO ANTÁRTICO DAS BALEIAS

Sea Shepherd Conservation Society
05 de janeiro de 2012

Apesar da desaprovação em todo o mundo desde o final dos anos 1970, as nações do mundo não conseguiram parar o Japão na sua matança bárbara e desnecessária de baleias. Esse massacre horrível acontece no Oceano Antártico da Antártida, uma área designada em 1994 pela Comissão Internacional da Baleia (CIB) como um santuário para esses mamíferos marinhos inteligentes.

As nações do mundo ainda permitem que o Japão mate mais de 1.000 baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico a cada ano, para a chamada “pesquisa científica”. Nenhuma publicação científica surgiu destes massacres. Pior ainda, a carne de baleia continua a ser vendida ilegalmente e é encontrada em restaurantes, mercearias, e na merenda das crianças nas escolas, apesar dos conhecidos sérios riscos para a saúde dos metais pesados ​​tóxicos.

As ações expressam desaprovação e votam os regulamentos, tratados, moratórias, e santuários, mas todas elas têm falhado em proteger as nossas grandes baleias, mesmo no lugar que chamamos de Santuário de Baleias.

Os governos da Austrália, Holanda, Nova Zelândia e Estados Unidos emitiram uma declaração conjunta em 14 de dezembro de 2011, dizendo que eles “continuam decididos na [sua] oposição à caça comercial de baleias, incluindo a chamada caça ‘científica’, em particular no Santuário de Baleias do Oceano Antártico… e estão decepcionados com a recente partida da frota baleeira japonesa para o Oceano Antártico”. Eles alegam que “permanecem empenhados em melhorar o estado de conservação das baleias em todo o mundo, mantendo a moratória global da Comissão Internacional da Baleia sobre a caça comercial de baleias, e uma reforma significativa da Comissão Internacional da Baleia”.

Esses governos pedem por um “comportamento responsável” no Santuário de Baleias do Oceano Antártico. Estamos de acordo. O abate de baleias inútil, sem levar em conta as suas vidas ou seus papéis vitais nos ecossistemas do oceano, não é algo responsável. Centenas de nações estagnadas enquanto algumas nações trapaceiras trazem uma extinção desnecessária e trágica não é algo responsável.

Oferecer apenas palavras não é algo responsável. Se os homens e mulheres voluntários da Sea Shepherd Conservation Society oferecessem apenas suas palavras nestes últimos oito anos, muitos milhares de baleias deixariam de existir neste planeta. Estas grandes baleias necessitam de ações efetivas das nações do mundo agora.

Apelamos a todas as nações do mundo: Por favor, faça tudo em seu alcance para acabar com este massacre inútil, ecologicamente devastador de grandes baleias do nosso planeta. Impor sanções comerciais, não permitir a caça nas zonas econômicas exclusivas da sua nação, suspender o apoio deles, e sensibilizar o povo sobre esta questão – vocês sabem como impor pressão sobre o governo do Japão.

Se vocês deixarem de agir, vocês estarão preparados para admitir a si mesmos, aos vossos filhos, aos filhos dos seus filhos, que vocês deixaram o Japão aniquilar algumas das criaturas mais inteligentes do nosso planeta, porque vocês não estavam dispostos a tomar medidas para impedi-los? O que você vai deixar que o Japão ou as outras nações tirem de vocês e de seus filhos em seguida?

A Sea Shepherd Conservation Society é uma pequena organização sem fins lucrativos dedicada à conservação marinha. Seus funcinários e sua tripulação quase que inteiramente são voluntários, e operada exclusivamente por doações. Temos enviado navios para o Oceano Antártico nos últimos oito anos para interromper o abate e para proteger as baleias, colocando-nos no caminho do perigo entre os navios arpoadores e a rampa de lançamento do navio-fábrica dos baleeiros, o que torna impossível para eles para recuperar e processar as baleias, o que, por sua vez, os obriga a parar a matança.

Em janeiro de 2010, os baleeiros japoneses afundaram um navio da Sea Shepherd nos mares gelados do Oceano Antártico, necessitando de um resgate de sua tripulação inteira pelo navio restante da Sea Shepherd, o Bob Barker. Nenhuma oferta de assistência foi feita por qualquer navio da frota baleeira japonesa. Eles também bateram a meia nau estibordo do Bob Barker e arrombaram seu casco. As intenções mortais dos baleeiros foram inconfundíveis e decepcionantes para nós. Seus comunicados de imprensa subseqüente estavam cheios de mentiras e falsas acusações, e provaram que a sua falta de respeito pela vida foi acompanhada pela sua falta de respeito pela verdade.

Agora, os nossos três navios e 88 membros de voluntários da tripulação – homens e mulheres de mais de 20 países diferentes – dirigem-se para o sul, para condições cada vez mais frias e perigosas. Temos a frota baleeira japonesa em nossa mira, e nas próximas semanas e meses vamos nos colocar continuamente entre as baleias e os navios baleeiros, a fim de impedir a matança de muitas centenas de baleias. Estamos apaixonadamente comprometidos em acabar com estes assassinatos bárbaros, inúteis e ilegais.

Por favor, proteja as baleias. Não basta oferecer palavras de apoio. Não basta enviar doações para os nossos navios e tripulação. Apenas as nações podem impedir outros países de cometerem estas atrocidades à vida neste planeta. Por favor, nações do mundo, ajam.

Pelos oceanos e a humanidade,

Sea Shepherd Austrália, Jeff Hansen, Diretor
Sea Shepherd France-Lamya Essemlali, Presidente
Sea Shepherd Holanda, Geert Vons, Diretor
Sea Shepherd Nova Zelândia, Michael Lawry, Diretor
Sea Shepherd Estados Unidos, Bonny Schumaker, Diretor Conselheiro

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Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil