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World Clean Up Day 2018 – Espírito Santo, Brasil

Praia da Sereia, Praia da Costa em Vila Velha/ES

As praias de Vila Velha são bastante frequentadas pelos locais e por turistas, por serem bem estruturadas em termos de serviços e balneáveis, o que não é uma generalidade na região metropolitana. A área definida para a limpeza de praia foi a chamada Praia da Sereia, na qual o mar apresenta-se mais tranquilo e, por conseguinte, atrai a maior parte dos banhistas. Neste ano, por exceção, a estação da primavera veio com tempo fresco e poucos dias de sol, levando um público menor do que usual a frequentar o litoral.

Praia da Sereia – Vila Velha- ES. Imagem da internet

A Praia da Sereia, bem como toda a praia da costa, possui muitas lixeiras de fácil acesso, o que permite o descarte adequado de lixo por parte dos frequentadores. Havendo, ainda, por questão cultural, o descarte na areia e nas rochas, que também constituem parte da visitação do local. 

“Havia mais grupos fazendo limpeza em outras áreas da Praia da Costa e até conhecemos uma senhora comerciante que faz a conscientização dos banhistas há mais de vinte anos a esse respeito. Percebemos o lado positivo desse esforço ao notar a praia visivelmente mais limpa do que outras”, disse Marina Mello Allemand Damião, acadêmica de biologia e voluntária do ISSB.

Parte do lixo descartado foi coletado entre as rochas da Praia da Sereia

A quantia de lixo recolhido foi menor do que o esperado e isto pode ser devido a união destes fatores: menos frequentadores na praia por causa do clima, lixeiras em boa quantidade e bem posicionadas e uma ação constante de conscientização. Os filtros de cigarro lideraram em quantidade (centenas) dentre o que foi retirado do ambiente, vindo logo após os palitos de picolé e pedaços de plástico. Estes materiais evidenciam que o descarte é realizado durante a estada do visitante na praia. Conscientização é a palavra chave nesses termos, precisamos abandonar a cultura do descarte imediato se quisermos preservar o que há de vida nos oceanos. E essa causa urge providências.

“A vida marinha sofre com os nossos atos, direta ou indiretamente. É a pesca excessiva, a descarga direta de esgoto sem tratamento, o lixo deixado nas praias que vai parar nos estômagos, na escassez já visível de alimento aos animais marinhos. Nós frequentamos a praia e deixamos um rastro negativo e nunca pensamos em como ressarcir aqueles que de fato dependem desse ecossistema para sobreviver. Fizemos nesse dia um ato quase simbólico, de recolher a parcela de dano que segue sendo acumulada todos os dias”, disse Cíntia da Silva Varzim, bióloga e voluntária do ISSB. 

Voluntários Sea Shepherd Brasil no Espírito Santo.