Pelo Capitão Locky MacLean
O Brigitte Bardot estava pendurado por dois guindastes de 500 toneladas quando eu cheguei em Fremantle, na Austrália, para iniciar os reparos em sua asa quebrada. O tripulante Simon Ager descreveu o som arrasador que ele ouviu no meio da noite, algumas semanas mais cedo, quando o casco rachou sob o peso de uma queda de uma onda de 40 pés.
O enorme impacto das toneladas de água batendo no pontão pelo ar foi suficiente para esmagar a asa lateral bombordo, e causar delaminação estrutural. Um retorno imediato ao porto era necessário, para a segurança do navio e da tripulação. O pontão podia de fato ter sido arrancado completamente se a tripulação não tivesse amarrado e preso o pontão ao resto do navio.
O Capitão Paul Watson, a bordo do Steve Irwin, escoltou o Brigitte Bardot para a segurança do porto de Fremantle depois do incidente, que ocorreu na latitude “Furious 50” (uma zona de fortes ventos ao longo dos paralelos) do Oceano Antártico.
Assim que o dano ocorreu, e com o navio a caminho de Fremantle, o arquiteto Nigel Irens ajudou a Sea Shepherd a encontrar a melhor equipe para fazer o trabalho de reparo. A Sea Shepherd estava muito feliz por ter o conhecimento e a experiência do Sr. Irens, que inicialmente concebeu o Brigitte Bardot – originalmente de nome Aventureira – no final de 1990, em Southampton, Reino Unido, para uma circunavegação de quebra do recorde mundial.
Pelo fato de o Bardot ser planejado como um catamarã alta performance, seu reparo não era um trabalho usual, e uma equipe de classe mundial teria de ser montada. Nigel colocou a Sea Shepherd em contato com a Boatspeed Sailcraft Performance, iniciada por Peter e Ullrich Sari em 1986, e especializada na construção de barcos de corrida.
Os primeiros contratos da Boatspeed foram desenhos do arquiteto naval Ben Lexcen, incluindo um número de botes e iates de corrida em alto mar. Eles projetaram e construíram o Boatspeed 23 classe barco esportivo e construíram ou reconstruíram mais de 50 iates de corrida. Algumas de suas construções incluem as embarcações Brindabellas 1&2, 97, Yendys, Ragamuffin, Margaret Rintoul 5, Heaven Can Wait, Telefonica Movistar, Prudential, Nicorette, Bols e Nigel Irens. A equipe projetou ao redor do mundo trimarans B & Q Castorama para Dame Ellen MacArthur e Sodebo para Thomas Coville. A sua facilidade para o propósito de construção em Somersby é reconhecido como o mecanismo mais avançado de instalação composta do hemisfério sul e abriga um forno composto de 170’.
Felizmente, Peter Ullrich estava disposto a trazer sua equipe até nós, em Fremantle, e após uma vistoria inicial foi enviado todo o equipamento necessário através da Austrália, a tempo de os reparos começarem. Uma vez em terra, a tripulação do navio providenciou andaimes e uma estrutura de plástico hermeticamente fechada ao redor todas as áreas danificadas, para manter selada dentro dele qualquer poeira criada pelos reparos.
Depois de escorar o pontão de volta no lugar, a Boatspeed começou a cortar o pontão danificado e a asa para chegar aos quadros transversais e avaliar a extensão dos danos. É com muito entusiasmo que a Sea Shepherd anuncia que “o nosso pássaro” vai voar de novo, depois do trabalho principal estar completo em 10 de março. O veterano de navio, eletricista e engenheiro Brad Latimer, o tripulante e soldador Lars Steffens, e todos os voluntários da costa estão ocupados preparando o resto do navio para o re-lançamento.
Os voluntários irão completar a pintura das novas áreas reparadas, e os dois guindastes de 500 toneladas irão novamente levantar o Brigitte Bardot para o mar para os ensaios de teste em abril, em tempo para próxima campanha da Sea Shepherd.
Muito obrigado de todos nós na equipe de reparo à todos os nossos apoiadores e suas doações generosas que nos permitirão concluir os reparos!
Traduzido por Renato Vechiatto, voluntário do Instituto Sea Shepherd Brasil