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Japão vai voltar à Antártida para caçar baleias, agora com escolta

Confrontos nas águas da Antárctida em 4 de Fevereiro deste ano. Foto: Gary Stokes/Sea Shepherd/Reuters

Confrontos nas águas da Antárctida em 4 de Fevereiro deste ano. Foto: Gary Stokes/Sea Shepherd/Reuters

O Japão anunciou que vai voltar à Antártida, a partir de dezembro, para caçar baleias. Mas desta vez, a frota baleeira terá uma escolta como proteção contra os navios ecologistas da Sea Shepherd.

A notícia foi dada em conferência de imprensa pelo Ministro japonês das Pescas, Michihiko Kano, segundo o qual um navio-patrulha da Agência de Pescas vai acompanhar a frota baleeira. Desta vez, a caça à baleia “será realizada com maior proteção contra obstruções”, citou a estação de televisão japonesa, NHK.

Nos últimos anos, a caça à baleia tem se tornado mais tensa por causa dos confrontos entre caçadores e ecologistas. No ano passado, em fevereiro, as atividades da ONG nas águas da Antártida levaram, pela primeira vez, Tóquio a suspender a sua campanha na Antártida. A Sea Shepherd mobilizou várias embarcações para seguir a frota japonesa, utilizando cordas para bloquear as hélices dos navios e colocando-se entre estes e as baleias. A organização garante ter conseguido evitar a morte de 800 animais.

Pouco depois, o Japão anunciou que iria ponderar o fim da caça “científica” à baleia, uma prática tolerada pela Comissão Baleeira Internacional, que proíbe desde 1986 a caça comercial aos cetáceos. Os países defensores das baleias e ambientalistas denunciam esta prática como uma caça comercial disfarçada.

Porém, o ministro japonês acabou com as dúvidas e afirmou que o seu objetivo é conseguir retomar da caça comercial e que, por isso, precisa continuar a investigação científica na Antártida.

A Sea Shepherd criticou a decisão do Governo japonês e disse que este ano vai reforçar os meios para travar a frota japonesa, com a operação “Operation Divine Wind”. No âmbito desta operação, serão mobilizados cem ativistas voluntários para a Antártida.

Paul Watson, o responsável da Sea Shepherd, acusa o Japão de “estar, simplesmente, obcecado por matar baleias não por necessidade, mas por lucro, porque acredita que tem o direito de fazer aquilo que quer num santuário para baleias, reconhecido internacionalmente, apenas para defender a sua honra”.

Fonte: Helena Geraldes, Ecosfera