Evento gratuito da Sea Shepherd lota em menos de uma hora
As inscrições para o evento gratuito da Sea Shepherd em São Paulo, que acontece nesta terça-feira, dia 7 de abril, esgotaram em menos de uma hora. ‘Estamos impressionados com o interesse e nível de comprometimento das pessoas, isso reflete a alarmante depredação que o meio ambiente marinho vem sofrendo, e a vontade da sociedade civil em se manifestar. Há dez anos que promovemos ‘O Chamado do Mar’ em Porto Alegre, RS, esta é a primeira vez em São Paulo e já é um sucesso”, comentou Daniel Vairo, diretor geral voluntário do Instituto Sea Shepherd Brasil.
O evento, que visa reunir e integrar voluntários e simpatizantes da Sea Shepherd, tem por objetivo discutir assuntos relacionados com a preservação da vida marinha. A Sea Shepherd atua no mundo inteiro e é representada no Brasil por um grupo de voluntários que carrega a bandeira deste movimento conservacionista. A Sea Shepherd Brasil serve como plataforma para os cidadãos que realmente querem fazer a diferença para se conquistar um meio ambiente mais saudável.
‘A proposta do Instituto Sea Shepherd Brasil é de que qualquer um pode proteger a natureza, não é necessário ser biólogo ou advogado, nem ter qualificação professional especializada. O importante é ter vontade e muito comprometimento’ explica Daniel. Durante o evento, serão apresentados os projetos da Sea Shepherd Brasil de proteção aos tubarões e de capacitações.
‘Quando ocorre um derramamento de petróleo e existem animais sofrendo com isto, não queremos que as pessoas liguem para a Sea Shepherd, queremos que elas mesmo estejam aptas para salvar o maior número de animais possível, esta é a proposta da Sea Shepherd, de capacitar as pessoas para saberem como salvar animais marinhos em derrames de óleo’, aponta o biólogo e diretor técnico voluntário Wendell Estol. Ele faz parte da equipe da Sea Shepherd que há dez anos já capacitou mais de 2.500 pessoas em inúmeras instituições, em nove Estados brasileiros.
Legislação
A temática jurídica será apresentada pelo Dr. Cristiano Pacheco, diretor executivo do Instituto Justiça Ambiental – entidade que apóia ONGs ambientalistas em todo o Brasil. O palestrante é também diretor jurídico e voluntário do Instituto Sea Shepherd há 9 anos. ‘O Brasil possui a legislação ambiental mais completa do mundo. A Lei ambiental muitas vezes não é aplicada por culpa das ONGs mesmo e da sociedade civil. A maioria ainda desconhece os instrumentos legais gratuitos que permitem que as ONGs processem judicialmente os causadores de degradações ambientais’, pondera Pacheco. A Sea Shepherd Brasil demanda na justiça federal 12 ações civis públicas ambientais, com 5 julgamentos e cinco vitórias, duas delas confirmadas por unanimidade pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, inclusive com o tombamento de uma das demandas pelo Patrimônio Histórico da Corte. O tópico de capacitação jurídica oferecido pela Sea Shepherd tratará da ação civil pública ambiental e objetiva fomentar a proteção dos ecossistemas marinhos.
‘Nós cidadãos não podemos esperar que o Ibama, o Ministério Público Federal ou o governo tomem providências. Chegou a hora de chamarmos a responsabilidade para nós mesmos, temos esse dever moral e legal com as gerações presentes e futuras’, adverte Pacheco.
Tubarões
A Campanha em Defesa dos Tubarões da Sea Shepherd Brasil, lançado nesta última quarta-feira, também será um dos temas na pauta do evento em São Paulo. A campanha busca engajar a população na proteção desses animais, que beiram a extinção por causa da pesca predatória, e procura também a adesão de restaurantes, para não servirem mais o animal em seu cardápio.
‘Os tubarões chegaram a este planeta antes mesmo do ser humano, e agora se encontram à beira da extinção por nossa causa. Não podemos deixar isso acontecer, precisamos fazer de tudo para desfazer a imagem negativa desses animais e salvá-los de um desaparecimento total’, alerta Daniel. Anualmente, mais de 100 milhões de tubarõs são mortos pelo homem, sendo que em 2008 apenas quatro pessoas morreram por ataques desses animais. No Brasil, 43% das espécies de tubarões estão à beira da extinção. Na atual trajetória, em menos de dez anos muitas delas não existirão mais.