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Estratégia da Sea Shepherd deixa dois capitães baleeiros japoneses parecendo bobos olhando o mar

A proa do Yushin Maru Nº2 desfigurada com tintas vermelha e laranja. Foto: Billy Danger

A proa do Yushin Maru Nº2 desfigurada com tintas vermelha e laranja. Foto: Billy Danger

Desde 22 de fevereiro, o navio da Sea Shepherd, Steve Irwin, tem levado um navio arpoador japonês e o navio baleeiro de segurança a uma despropositada corrida para longe da frota baleeira.

Com o navio da Sea Shepherd, Bob Barker, completamente reabastecido e seguindo de volta ao Mar Antártico, para a caça à frota baleeira japonesa, o navio da Sea Shepherd, Steve Irwin, seguiu para o norte, para a Ilha Macquarie, com o estratagema de uma transferência de combustível com o Bob Barker.

A Sea Shepherd declarou que o Bob Barker iria reabastecer o Steve Irwin e que ambos retornariam para perseguir a frota japonesa até o final da temporada. Porém, a intenção era de que o reabastecido Bob Barker voltasse sozinho ao Mar Antártico.

A função do Steve Irwin era servir de chamariz para levar os dois navios japoneses para longe do Bob Barker.

Os dois navios japoneses seguiram e entraram ilegalmente na Zona Exclusiva Econômica australiana, onde são proibidos por ordem do Tribunal Federal da Austrália e pelo Governo da Austrália.

O casco do Yushin Maru Nº3 carimbado com tinta preta e vermelha. Foto: Billy Danger

O casco do Yushin Maru Nº3 carimbado com tinta preta e vermelha. Foto: Billy Danger

Depois de um dia na Ilha Macquarie, o Steve Irwin se moveu para o norte, em direção à Ilha Auckland, na Nova Zelândia, numa mudança de planos para reabastecer com o Bob Barker. O Yushin Maru Nº3 e o Shonan Maru Nº2 o seguiram.

Enquanto isso, o Bob Barker estava fazendo centenas de milhas entre eles e os dois navios, aguardando pela operação de reabastecimento que nunca intencionamos realizar realmente.

O Bob Barker vai continuar a perseguir a frota baleeira japonesa pelo resto da temporada, até o final de março se for necessário, enquanto o Steve Irwin retorna para a Austrália.

“Nós colocamos o navio de segurança japonês, o Shonan Maru Nº2, e o navio arpoador, o Yushin Maru Nº3, a uma grande distância das operações baleeiras e do navio-fábrica Nisshin Maru. Isto poderia fazê-los levar mais de uma semana para retornar. Foi uma estratégia muito  bem sucedida que permitiu que o Bob Barker ficasse livre e tirasse dois dos navios japoneses do jogo por mais de duas semanas” disse o capitão Paul Watson.

A popa do Yushin Maru Nº3 manchada de tinta vermelha, preta e laranja. Foto: Billy Danger

A popa do Yushin Maru Nº3 manchada de tinta vermelha, preta e laranja. Foto: Billy Danger

O capitão Peter Hammarstedt, da Suécia, está agora no comando do Bob Barker. Ele substituiu o capitão Alex Cornelissen, que precisou retornar para suas tarefas como Diretor de Operações da Sea Shepherd Galápagos.

“Os navios japoneses morderam a isca, seguindo duramente em nosso encalço primeiro para a Ilha Macquarie e depois para a Ilha Auckland. Eles desperdiçaram toneladas de combustível e semanas de seu tempo para realizar nada mais do que uma escolta ao Steve Irwin de volta ao norte. Agora eles não têm mais ninguém para seguir e o Bob Barker está livre para continuar a perseguição” disse o capitão Watson.

A apenas três semanas do final da temporada, os baleeiros estão ficando rapidamente sem tempo. Eles não tiveram muito tempo disponível, nem os navios arpoadores, para realizar sua cota.

“Porque perdemos nosso navio espião, o Brigitte Bardot, ficamos deficientes nesta temporada. Mas, apesar disso, temos perseguido essa frota fora-da-lei por mais de 16 mil milhas de oeste a leste e de norte a sul. Estou confiante de que impactamos severamente sua cota de matança mais uma vez”.

Traduzido por Drica de Castro, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil