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A Hong Kong Airlines proíbe o transporte de animais selvagens em resposta à visita de integrantes da Sea Shepherd à sede da empresa

Compartimento de carga em aeronave da Hong Kong Airlines, onde golfinhos são transportados para cativeiro em “caixões aéreos”. Foto: Hong Kong Airlines

Compartimento de carga em aeronave da Hong Kong Airlines, onde golfinhos são transportados para cativeiro em “caixões aéreos”. Foto: Hong Kong Airlines

Em 28 de fevereiro de 2012, David Scott, do Conselho de Administradores da Sea Shepherd Conservation Society no Reino Unido, recebeu da Hong Kong Airlines uma resposta à carta que enviara à empresa, denunciando-a pelo transporte de cinco golfinhos selvagens do Japão ao Vietnã. A resposta informava que a Hong Kong Airlines estava levando a situação muito a sério e publicaria um comunicado a esse respeito. A carta dizia, ainda, “sendo uma empresa comprometida com a preservação e proteção da vida selvagem, a Hong Kong Airlines adotou imediatamente uma proibição do transporte de espécies protegidas em suas aeronaves”.

O comunicado foi divulgado três dias depois que Gary Stokes, Coordenador da Sea Shepherd em Hong Kong, juntamente com vários outros ativistas, visitou a sede administrativa da Hong Kong Airlines levando um abaixo-assinado com 2.400 assinaturas e uma cópia de A Enseada (The Cove), documentário vencedor do Oscar em sua categoria. A comunidade global de proteção animal havia sido informada do incidente e se uniu para tomar providências contra a empresa aérea por sua contribuição à escravização de golfinhos selvagens.

O impacto de tal decisão fica evidente na seguinte declaração de Gary Stokes: “Pessoalmente, vejo o ocorrido como algo que vai muito além da Hong Kong Airlines, esta é a brecha no sistema que todos esperávamos. Esta atitude deve sinalizar para todas as empresas aéreas que o transporte de golfinhos trará invariavelmente como consequência uma repercussão tão negativa em todo o mundo, que a resultante perda de clientes pesará muito mais que qualquer ganho financeiro de curto prazo advindo dessas transferências. Se conseguirmos impedir o transporte internacional, o comércio de animais cativos acabará e, assim, não haverá mais matança de golfinhos porque o dinheiro sumirá.”

Segue abaixo o comunicado da Hong Kong Airlines:

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COMUNICADO SOBRE O TRANSPORTE DE GOLFINHOS DE 16 DE JANEIRO

28 de fevereiro de 2012 – Em 16 de janeiro de 2012, a Hong Kong Airlines transportou do Japão para o Vietnã uma carga especial composta de cinco golfinhos vivos. A empresa havia antes se certificado de que tal operação não violaria nenhuma regulamentação do governo e tampouco da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), e que seriam atendidas todas as exigências quanto à preparação antes do despacho e observados os procedimentos de cuidado necessários aos animais. A Hong Kong Airlines também verificou que todos os alvarás de importação e exportação previstos na Convenção Internacional sobre Comércio de Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna Selvagem haviam sido emitidos por diversos organismos japoneses, como o Bureau de Cooperação Econômica e Comercial, Ministério da Economia, Indústria e Comércio, assim como vietnamitas: Departamento de Proteção Florestal e Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

As nações do mundo ainda permitem que o Japão mate anualmente mais de 1.000 baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico sob a alegação de que é para “pesquisa científica”. Até hoje, apesar de toda esta matança, jamais nenhum artigo apareceu em alguma publicação científica séria. E, o que é pior, carne de baleia continua a ser vendida ilegalmente e aparece em restaurantes, mercados e na merenda escolar das crianças, apesar de serem já conhecidos os sérios riscos à saúde que os metais pesados tóxicos representam.

Especialistas do Vietnã e do Japão indicaram o transporte aéreo como a melhor solução para a transferência de golfinhos vivos. Antes da entrega, foi enviada uma equipe para avaliação. Especialistas em animais marinhos e veterinários estavam a bordo, supervisionando e acompanhando o processo. Os animais receberam dos especialistas cuidados adequados durante toda a viagem.

Algum tempo depois da entrega, a Hong Kong Airlines foi contatada por várias organizações de bem-estar animal que a incentivaram a não mais aceitar cargas semelhantes no futuro. A empresa manteve um canal de comunicação direto com esses grupos, a fim de conhecer melhor suas preocupações e também mostrar os consideráveis esforços que realizou para garantir um transporte seguro para os golfinhos, indo além do que é exigido pelas leis e normas de bem-estar.

A Hong Kong Airlines acolheu os comentários e opiniões das organizações de bem-estar animal e os avaliou juntamente com as informações que tinha em mãos quando do transporte.

A Hong Kong Airlines gostaria de salientar que atua de forma responsável no setor de transportes e se importa com o futuro e com o meio-ambiente. Uma vez que se acredita que este tipo de transporte pode ameaçar a vida selvagem de outros locais, a Hong Kong Airlines irá proibir imediatamente as operações deste tipo.

Como demonstração de seu compromisso para com o meio-ambiente e conscientização pelas organizações, a Hong Kong Airlines fará uma doação a uma determinada organização sem fins lucrativos que trabalha com a vida selvagem.

Para maiores informações, por favor, entre em contato com nosso Departamento de Comunicação Corporativa, [email protected]

Traduzido por Luciana F. Piva, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil