Editorial

A Sea Shepherd é mais segura que o Sea World

Por Capitão Paul Watson

Baleias Beluga em cativeiro no Sea World.

Baleias Beluga em cativeiro no Sea World.

Para todo o discurso de como a Sea Shepherd coloca em perigo a vida de baleeiros, marinheiros, caçadores e até supostamente da nossa própria tripulação, o fato é que em 33 anos de operações nenhum único membro da tripulação da Sea Shepherd foi morto ou gravemente ferido. Isto abrange mais de 250 viagens e confrontos em alto mar, em algumas das águas mais distantes e hostis do mundo. Também não tem qualquer ação da Sea Shepherd que tenha causado uma única lesão, muito menos uma fatalidade para os que perturbamos e impedimos de continuar as suas atividades ilícitas de exploração.

A Fundação Greenpeace está sempre acusando a Sea Shepherd de sermos violentos e irresponsáveis, mas o Greenpeace teve pelo menos duas mortes no mar, muitas vítimas, e tiveram vários tripulantes condenados por crimes.

Nenhum membro da tripulação da Sea Shepherd foi condenado por um crime em qualquer parte do mundo.

Outra crítica da Sea Shepherd é o Sea World, cuja escravização das baleias orcas e golfinhos gerou centenas de milhões de dólares em lucros.

E agora, mais uma vez um prisioneiro do Sea World – Tilikum – matou pela terceira vez um ser humano.

Eu não posso culpar Tilikum. Se eu fosse retirado do oceano e jogado em uma cela de concreto por quatro décadas, eu estaria sujeito a ter um acesso de raiva também.

Nenhuma pessoa sensata anda sem escolta por todo o pátio de exercícios de uma prisão de segurança máxima, e é irresponsabilidade que um ser humano vire as costas para uma orca prisioneira, estressada e irritada – o predador mais temível do planeta.

A propósito, eu conheci Tilikum. Nos anos 80, participei de uma excursão do SeaLand do Pacífico como convidado especial de Bob Wright, o proprietário do estabelecimento. Ele queria que eu visse em primeira-mão sobre o que se tratava o seu negócio. Sentei à beira da piscina e acariciei a grande orca na cabeça. Eu também coloquei a mão em sua boca e coloquei a palma da mão em sua língua para que ele pudesse provar que eu não tinha medo dele. Lembro-me de olhar para o olho esquerdo desse magnífico predador, e o que eu vi lá foi resignação e tristeza. Ele não era uma baleia feliz.

A partir de então eu soube, como agora sei, que Tilikum não deveria estar em uma piscina.

Eu acho que o Sea World tem uma única opção honrosa. Eles devem devolver Tilikum para sua casa, no mar. O Sea World tem os fundos, as técnicas e a tecnologia para fazer a coisa certa, tanto para a orca quanto para o interesse da humanidade.

Se o Sea World não devolver Tilikum ao mar, a próxima vez que um ser humano morrer como vítima de uma orca irritada, frustrada, estressada, e possivelmente louca, não será simplesmente uma tragédia: será negligência intencional!