Editorial

Uma mensagem do Diretor Executivo da Sea Shepherd

Por Steve Roest

Em 6 de janeiro de 2010, em flagrante desrespeito pela segurança da tripulação da Sea Shepherd Conservation Society, o navio baleeiro japonês Shonan Maru No. 2 tentou afundar a embarcação Ady Gil da Sea Shepherd na costa da Antártica.

Funcionários dos governos da Austrália, Nova Zelândia e Japão pediram para as tripulações dos países envolvidos manterem a calma. Eu posso dizer a esses funcionários do governo que eles não precisam pedir aos nossos heróis anti-baleeiros para terem calma, eles estão calmos e resolutos, e assim irão permanecer.

Mas eu me junto ao coro de vozes que pede aos assassinos japoneses de baleias que parem com seus ataques deliberados para abater e afundar nossas embarcações e matar nossa tripulação.

Para qualquer pessoa que tenha assistido os vídeos, e milhões e milhões de pessoas assistiram, está claro que as 500 toneladas do Shonan Maru No. 2, foram direcionadas em alta velocidade à embarcação de velocidade Ady Gil, de 16 toneladas, da Sea Shepherd, e que no último momento, para ter certeza da colisão, virou para e a estibordo para, deliberadamente, cortar nossa embarcação em dois.

Não há dúvidas na mente de qualquer pessoa que se um de nossos tripulantes estivesse na parte frontal do Ady Gil quando este foi atingido, ele teria sido morto instantaneamente. Foi um milagre que maioria da tripulação, que obviamente não tinha ideia que seria atingida, estava no convés com equipamento de segurança quando o Shonan Maru No. 2 os atingiu.

Em uma incrível demonstração de violência fria e calculada, imediatamente depois de atingir o Ady Gil, o Shonan Maru  No. 2 direcionou seus canhões d’água de alta pressão atingindo os marinheiros da Sea Shepherd, enquanto ignoravam os chamados aflitos vindos do Ady Gil.

O Ady Gil sofreu danos irreparáveis, e depois de várias tentativas da nova embarcação da Sea Shepherd, o Bob Barker, de rebocar os restos danificados do Ady Gil para o porto mais próximo para ver o que poderia ser recuperado, a embarcação soltou-se das nossas linhas de reboque novamente e nós fomos atingidos pela certeza de que não havia outra opção senão deixá-lo afundar. Por sorte, nós conseguimos remover todo o combustível e óleo do Ady Gil antes que a água tomasse conta dele, impedindo assim um vazamento catastrófico no frágil ambiente marinho. A Sea Shepherd notificou as agências marinhas relevantes sobre o afundamento do Ady Gil e cumprimos todas as requisições marítimas. O tempo todo, a frota baleeira japonesa continuou a ignorar nossos chamados de ajuda.

Esta semana a empresa baleeira japonesa enviou uma operação secreta para contratar uma aeronave na Austrália e voar ilegalmente no espaço aéreo australiano para caçar embarcações da Sea Shepherd, eles que bateram e afundaram deliberadamente uma de nossas embarcações na Costa Antártica, e ficou claro que nesta semana também direcionaram um ataque cibernético internacional ao nosso site na tentativa de nos impedir de contar a verdade sobre o que aconteceu e receber doações dos nossos apoiadores.

A Sea Shepherd solicita que a Nova Zelândia prenda o Shonan Maru No. 2 e sua tripulação, e que a indústria baleeira japonesa reembolse os 2 milhões em perdas que resultaram do afundamento deliberado do Ady Gil pelos seus navios.

Estes ataques são certamente um imenso golpe financeiro para a Sea Shepherd; perdemos milhões de dólares como resultado desses ataques. Mas nós não iremos desistir da nossa tarefa de salvar as baleias e os oceanos onde elas vivem. Nós não iremos recuar das nossas ações diretas para salvar as baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico e não desistiremos dos nossos projetos de proteção às focas, golfinhos, tubarões e atuns, apesar do fato de que nossos fundos foram tão drasticamente reduzidos. Iremos até nossos apoiadores e com a ajuda deles cresceremos mais e ficaremos mais fortes. Não hesitaremos em nosso dever de salvar os oceanos de mercenários do lucro e da cobiça que buscam destruir a natureza.