Por Guilherme Ferreira, voluntário do Instituto Sea Shepherd Brasil
Revisão e fotos: Igor Ramos, voluntário do Instituto Sea Shepherd Brasil
A perseguição a ativistas ambientais, a proteção ao ambiente aquático e à fauna marinha e a defesa do ecossistema, no desenvolvimento sustentável do Planeta, foram os temas da audiência pública, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), promovida na manhã desta segunda-feira (9) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado.
O Instituto Sea Shepherd Brasil foi representado pelo diretor geral Wendell Estol, que no inicio seu discurso apresentou números alarmantes a respeito da pesca predatória. “Não temos o objetivo de combater o pescador artesanal ou as empresas pesqueiras que cumprem as leis de proteção ambiental. Buscamos a condenação de criminosos que degradam nosso ecossistema visando somente o lucro. Muitos destes crimes são praticados por multinacionais que contratam nossa força de trabalho, na maioria pescadores humildes, para a pesca de arrasto, proibida por lei, prática do finning, entre outras atividades de degradação ambiental” apontou Estol.
Wendell mostrou diversas fotos da prática de pesca de arrasto na costa brasileira, bem como imagens de toneladas de barbatanas de tubarão, resultado do finning, sendo armazenadas e comercializadas em portos brasileiros. “As imagens que exponho aqui foram feitas no Porto de Rio Grande (RS), onde mais de três toneladas de barbatanas foram apreendidas. Não houve nenhuma tentativa dos infratores de esconderem essas barbatanas que estavam acondicionadas em caixas com o nome da empresa pesqueira. As barbatanas estavam secas e acondicionadas em salas climatizadas e bem estruturadas, sem a menor intenção de encobrir o crime; ou seja, não temiam nenhuma fiscalização ou punição. Isso não pode mais ocorrer”, destaca.
Na oportunidade, Estol entregou para o senador Paulo Paim, um pedido de moratória – pedindo a paralisação total, por 20 anos, da pesca de tubarões na costa brasileira. “Aproveito a oportunidade para repassar ao Senado brasileiro um pedido de proibição da pesca, de todas as espécies de tubarão, na costa brasileira. Estes animais correm sério risco, não temos mais tempo. Sua extinção é eminente. Eles são topo da cadeia alimentar marinha, uma vez extintos, o ecossistema marinho entrará em colapso, afetando diretamente nossa existência”.
Estol finalizou destacando a importância da fiscalização e punição dos crimes ambientais. “Não temos mais tempo, não podemos esperar até 2015, nosso ecossistema marinho está em perigo. Não vamos acabar com a extinção de nossas espécies marinhas com promessas, precisamos agir. O ISSB prefere pecar pelo excesso, nunca pela omissão. Não pensamos em fazer ou em debater, nós fazemos. Precisamos de uma severa fiscalização ambiental. A fiscalização deve ser a tônica de nossas políticas de preservação ambiental”.
Foram convidados para a audiência o deputado federal José Sarney Filho, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Roberto Vizentin; o presidente da organização não-governamental (ONG) Proteção Ambiental, Dirceu Raiser; e a assessora extraordinária adjunta do Ministério do Meio Ambiente para a Rio+20, Yana Sobral.
Também participaram do debate a diretora da Faculdade de Oceanografia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Ana Lucia Travassos Romano, a bióloga Flávia Pessoa e o coordenador da Associação Alternativa Terrazul, Pedro Picollo Contensini. A reunião atendeu a requerimento do presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS).
Breve divulgaremos link com a audiência.