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Guerra sob o sol nascente

O governo japonês e a mídia andam fabricando fatos e distorcendo a verdade, num esforço para demonizar a Sea Shepherd Conservation Society aos olhos da população japonesa.

O jornal Mainichi Daily reportou essa semana que a Sea Shepherd planejou um ataque aos navios baleeiros com aviões de controle remoto.

Membros do grupo Sea Shepherd Conservation são suspeitos de planejar atacar a frota de pesquisa baleeira japonesa usando aviões radio-controlados pintados como Zeroes da Segunda Guerra Mundial, de acordo com a polícia de Tókio, da agência de segurança pública, em informação apresentada seguindo à divulgação do mandado de captura a três membros do grupo ativista na segunda-feira (The Mainichi Daily – 19 de agosto de 2008).

É claro que isso é uma novidade para nós.

O relato dizia:

Fontes dizem que em 12 de fevereiro de 2007 o navio da Sea Shepherd abordou o navio baleeiro japonês Kaiko Maru e colocou dois aviões de radio-controle, pintados como os bombardeiros imperiais Navy Zero no deck. A polícia disse que os aviões provavelmente carregava produtos químicos e suspeita que os aviões seriam seriam usados em uma caçada. (The Mainichi Daily).

A questão aqui é onde estão as fotos? A tripulação do Kaiko Maru filmou tudo o que aconteceu naquele dia e as fotos estão por todo o website, e não há uma única foto dos alegados aviões. E eu posso assegurar que se a Sea Shepherd tivesse esses aviões, nós os usaríamos. De qualquer forma, nós os equiparíamos com câmeras e não com produtos químicos. A polícia está especulando uma invenção sem um fragmento de evidência que suporte qualquer uma dessas alegações.

A frota baleeira japonesa foi impossibilitada de garantir sua cota de matança por três anos seguidos graças aos esforços da Sea Shepherd. Os baleeiros estão perdendo dinheiro e isso os deixa incrivelmente desesperados.

O que eles estão tentando fazer é retratar os defensores das baleias como vilões e os assassinos de baleias de vitimas. É claro que isso é uma tarefa difícil de cumprir para os homens que enchem os oceanos com sangue de baleias vitimadas e torturadas.

Então, o que lhes resta fazer é atirar palavras como “terroristas” e “militantes” em toda oportunidade. As ações da Sea Shepherd são constantemente descritas como “violentas”, sem levar em conta o fato que em mais de três décadas de campanhas, a Sea Shepherd Conservation Society nunca foi responsável por causar uma única injuria a qualquer pessoa, em qualquer lugar. É um recorde indiscutível apesar de tudo.

A mídia japonesa constantemente acusa a tripulação da Sea Shepherd de atirar “ácido” nos decks dos navios baleeiros e alguns noticiários afirmaram que derramamos ácido nas faces das baleias. Novamente, nenhuma foto das vítimas foi produzida e a verdade é que a mídia japonesa está usando a distorção e meias-verdades para apresentar suas mentiras.

A tripulação da Sea Shepherd atirou até hoje somente duas substâncias nos decks dos navios baleeiros japoneses. A primeira eram garrafas de “gordura podre”. Essa é uma substãncia extremamente mau-cheirosa e é não-tóxica, não queimando a pele ou cegando ninguém. As mentiras distorcidas está no fato de que a gordura podre é tecnicamente chamada de ácido bútrico, como um suco de laranja é chamado tecnicamente de ácido cítrico e o leite contém ácido láctico.

A segunda substância é metil-celulose e é um produto alimentício que é usado para encapar pílulas, tornando-as mais fáceis de engolir. Essa é uma substância extremamente escorregadia e torna difícil o processo de cortar os pedaços de baleia no deck.

Nós chamamos essa tática implantada como não-tóxica, orgânica e uma forma biodegradável de guerra química.

As táticas da Sea Shepherd são concebidas para não causarem danos e serem divertidas, também.

Durante a última campanha os baleeios foram capturadas em uma série de mentiras.

Depois de destinar dois membros da nossa tripulação para o mastro e os carris do navio arpoador, eles negaram nosso feitio e disseram que nós somos fabricantes de histórias. Graças ao uplink do nosso satélite, nós conseguimos reunir fotos e vídeo de Giles Lane e Benjamin Potts presos aos carris e então ao mastro do Yushin Maru. Eles negaram que atiraram Benjamin Potts ao mar mas, novamente, as ações foram gravadas pelas câmeras da Sea Shepherd.

Quando a Sea Shepherd noticiou que haviam oficiais da guarda costeira japonesa nos botes baleeiros, o governo japonês, a principio, negou, até queproduzimos imagens de vídeo dos oficiais em seus uniformes. Eles então negaram que os oficiais estava armados, até que produzimos imagens mostrando claramente que eles estavam armados.

É ilegal que unidades militares operem armadas na Zona do Tratado da Antártida.

Durante o confronto que eu fui atingido por um tiro, os baleeiros primeiro noticiaram que as autoridades australianas haviam disparado tiros de alerta. Depois que a notícia que eu havia sido atingido, eles negaram que algum tiro tivesse sido disparado. De qualquer forma, nossas câmeras flagraram o áudio das notícias dos tiros e eu fui pego pela câmera imediatamente após receber o tiro. O buraco deixado pela bala não aparecia no começo da campanha mas ficou bem aparente depois.

A guarda costeira japonesa atirou granadas de efeito moral na tripulação da Sea Shepherd. O governo japonês negou o feitio e descreveu a ordem como “bolas explosivas”.

Laurens De Groots, membro da tripulação da Sea Shepherd e oficial formada da polícia holandesa reconheceu e descreveu as granadas como as usadas para combater os gângsters. As granadas explodindo foram filmadas e uma delas acertou um cameraman do Animal Planet no pé.

Mas a maior mentira de todas é que os baleeiros japoneses estão conduzindo “pesquisas” sobre as baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico.

Essa é uma mentira que ninguém fora do Japão acredita, incluindo os governos da Austrália e Nova Zelândia.

Outra mentira é que o massacre das baleias é humano o que, é claro, qualquer pessoa racional e ponderada concorda ser impossível. Baleias não podem ser mortas humanamente e leva-se de 10 minutos a uma hora para matar uma baleia grande, elas sofrem uma horrível agonia durante esse tempo e isso tudo foi documentado centenas de vezes em vídeos que partem o coração, que os japoneses desdenharam como “emocionais”.

O Japão vem trabalhando arduamente para marginalizar a Sea Shepherd e conseguir lobby dos governos para se oporem às nossas intervenções contra suas operações ilegais de matança às baleias. A recente emissão de mandados de detenção contra três tripulantes da Sea Shepherd é uma tentativa de intimidar o restante dos membros.

Não vai funcionar. Nada pode nos deter. Nós não sairemos do Oceano Antártico e nós não entregaremos as vidas das baleias ao massacre para a fictícia pesquisa dessa frota industrial de matança ilegal.

Nós aceitamos esse conflito com comedimento e paciência e em nenhuma ocasião colocamos a vida de um baleeiro japonês em perigo. Nós não prejudicamos um único baleeiro japonês e nós não temos a intenção de fazer isso.

A investigação forense da colisão entre o navio da Sea Shepherd Robert Hunter e o baleeiro Kaiko Maru pela policia federal australiana demonstrou que o baleeiro foi quem abalroou o navio da Sea Shepherd. As vigas de suporte a estibordo da proa do Robert Hunter foram retorcidas para a frente porque o navio foi atingido por trás pelo Kaiko Maru. Se o Robert Hunter tivesse atingido o baleeiro, as vigas de suporte teriam retorcido para trás com a colisão.

Sempre foi dito que a primeira desculpa para a guerra é a verdade. Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses eram peritos em distorcer a verdade em sua propaganda. Tokyo espalhava informações como um agricultor espalha esterco. Os americanos, britânicos e australianos foram demonizados como bárbaros e foram escravizados, torturados e assassinados. E como eles foram assassinados, violados e pilhados eles repudiaram a falta de sentido no fato dos japoneses serem vitimados pelo resto do mundo por estarem lutando em defesa própria quando, na verdade, era uma guerra imperialista.

O abominável massacre de uma das criaturas mais gentil e inteligente do mundo – as baleias, é apenas um outro exemplo da violência bárbara implantada e justificada em nome da honra e cultura japonesas.

Eles podem nos demonizar, eles podem nos marginalizar, eles podem nos atacar, nos prender, perseguir e atirar em nós, mas eles nunca vão nos impedir de intervir contra essa brutal e ilegal atividade no Santuário das Baleias da Antártida.

A operação Musashi da Sea Shepherd está há apenas alguns meses de ser implantada. O Japão está arduamente insistindo com a Austrália e a Nova Zelândia para nos impedir. Nós passaremos pelos obstáculos que venham a surgir e nos manteremos determinados a atingir o objetivo de fazer qualquer coisa não-violenta para derrubar e parar o massacre das baleias pelo poder imperialista do Japão, notoriamente a cruel e violenta frota baleeira.

Fonte: Comentários do Capitão Paul Watson – Fundador e presidente da Sea Shepherd Conservation Society