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Dr. Sidney Holt, “salvador das grandes baleias”, elogia a Sea Shepherd por seu trabalho

Dr. Sidney Holt. Foto: Tim Holt

Um dos biólogos marinhos mais influentes de todos os tempos, o cientista de pesca britânico, Dr. Sidney Holt, deixa registrado a eficácia da Sea Shepherd e o flagrante desrespeito do Japão em relação às s leis e à moratória da caça às baleias.

“Sim, houve uma tradição de caça às baleias no Japão, como havia em muitos outros países, mas as tradições mudam. Nós torturávamos animais por diversão, mas não fazemos mais isso. Vamos ser claros: trata-se de dinheiro, nada mais. Não se trata de nutrição, não se trata de tradição… É sobre o dinheiro. E é por isso que eu acho que as ações da Sea Shepherd, que está atacando a situação pelo lado do dinheiro, são muito louváveis”, disse Holt.

Apesar de ter mantido relações de longa data com várias organizações não-governamentais (ONGs) que sempre se opõem à caça comercial, ele está louvando a Sea Shepherd, em especial, porque “não tem medo de se posicionar contra a crueldade para com, e maus-tratos de, seres não humanos sencientes; e mais do que qualquer outra ONG, tem clareza sobre o fato de que a caça comercial, especialmente aquela do Japão sob o disfarce de pesquisa científica, é impulsionada unicamente por considerações comerciais/financeiras e é melhor combatida pela interrupção desses imperativos, tanto no lado da oferta quanto no da demanda”.

Dr. Holt é mais conhecido por seu livro On the Dynamics of Exploited Fish Populations, que ele co-publicou em 1957. Ainda hoje, o livro é um dos pilares da ciência de pesca moderna. Os destaques da carreira do Dr. Holt incluem serviço em diversas agências da ONU por 25 anos. Após sua aposentadoria, em 1979, Holt se manteve ativo no trabalho relacionado à Comissão Baleeira Internacional e conservação das baleias em geral, também publicando suas opiniões sobre caça às baleias e gestão de pesca em revistas acadêmicas. É, em parte, graças à sua atuação que houve uma enorme redução nas capturas e o fim da morte da maioria das espécies de baleias de barbas, no final da década de 1960, razão pela qual ele ganhou o apelido de “salvador das grandes baleias”.

A princípio, ele se aproximou do fundador da Sea Shepherd, Capitão Paul Watson, porque ele estava “impressionado com a clareza e ausência de ambiguidades com que o Capitão expressa seus pontos de vista e define a estratégia da Sea Shepherd”. Ele também elogia a dedicação e bravura daqueles que tripulam os navios da entidade. Dr. Holt acrescentou: “Eu tendo a apoiar sempre aqueles que tentam persuadir ou mesmo forçar os governos e outras “autoridades” a honrar os compromissos assumidos em acordos internacionais, em vez de apenas bajulá-los”.

Aposentado, o Dr. Holt não parou de lutar pela proteção das baleias, contribuindo para a moratória geral por tempo indeterminado da caça comercial, que entrou em vigor em 1986, e trabalhando com o governo francês, entre outros governos e ONGs, para alcançar a declaração de todo o Oceano Antártico como um santuário para baleias, em 1994 (o que a Sea Shepherd tem tentado impor e proteger durante suas nove campanhas de defesa da baleia antártica).

Dr. Holt está agora engajado novamente na pesquisa e gestão das pescas e atua no Conselho Consultivo da Sea Shepherd.

“O trabalho da Sea Shepherd tem um efeito espiritual sobre as pessoas. Em todos os lugares aonde vou, as pessoas dizem que o que a Sea Shepherd está fazendo é ótimo”, disse Holt. Ele acrescentou: “As pessoas dizem que é mais do que hora de pararmos de aprovar resoluções e realmente fazermos algo. A Sea Shepherd está fazendo isso”.

Traduzido por Maiza Garcia, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil