Na tarde de 19 de julho, o navio da Sea Shepherd, Brigitte Bardot, entrou em Torshavn Harbour, nas ilhas Faroé, para coletar dois tripulantes das Ilhas Faroé para a campanha em defesa das baleias-piloto, Operação Ilhas Ferozes. Magnus Hjaltalin A Kamarinum, 21 anos, de Torshavn e Reinert Hilmar Bogason, 21 anos, de Skala, se uniram à Sea Shepherd como os mais novos tripulantes do Brigitte Bardot.
O navio está atracado em Vestara Vag, onde cerca de 200 moradores das Ilhas Faroé, alinhados ao longo do cais, vislumbraram sua chegada. Sob o comando do Capitão Fraser Hall, do Canada, o Brigitte Bardot passou pela alfândega e imigração em Torshavn sem incidentes.
A maioria dos moradores estavam simplesmente curiosos sobre a presença da Sea Shepherd, com exceção de Marnar Andreasen, feitor do distrito de Torshavn para o grind, que se aproximou do navio usando seu tradicional “grindakniv”, a faca usada para cortar a medula espinhal das baleias-piloto encalhadas. Empunhando a faca em volta da tripulação, Andreasen advertiu a Sea Shepherd a não ficar “entre ele e suas baleias”. Implacável, a tripulação do Brigitte Bardot passou quase 24 horas guiando os moradores locais em um tour pelo navio.
Na manhã de 20 de julho, vários moradores de Torshavn montaram um stand ao lado do Brigitte Bardot para servir carne de baleia-piloto para aqueles que passavam. A carne de baleia-piloto tem uma concentração tão alta de metais pesados que Pal Wiehe, Assessor de Saúde das Ilhas Faroé, recomendou que a população não consumisse nada. A carne de baleia-piloto foi oferecida à tripulação da Sea Shepherd, que surpreendentemente recusou. “Oferecer carne de baleia-piloto é como oferecer cigarros em uma convenção anti-tabagismo. Não só é irônico, mas também mortal”, disse o Primeiro Oficial sueco, Peter Hammarstedt.
“Eu estava em cima do muro sobre tudo isso, mas a matança está fora de mão. Baleias demais estão sendo mortas e os métodos de abate são desumanos”, disse Kamarinum.
“Alguém tem que ser o primeiro a se opor ao grind. Esperamos que outros faroenses sigam o nosso exemplo”, disse Bogason, sem saber que tipo de recepção o espera dos moradores depois que ele sair do navio.
Kamarinum e Bogason representam uma população crescente das Ilhas Faroé que se opõe a matança, mas têm muito medo de expressar suas opiniões antipatriotas em público.
“Kamarinum e Bogason são heróis que nos dão esperança de que podemos parar a matança nas Ilhas Faroé. Há uma nova geração nas Ilhas Faroé, que vêem o grind como o que é – um massacre bárbaro de cetáceos que não tem lugar atualmente no século 21”, disse o capitão Hall, do Canada.
Ao meio-dia, em 20 de julho, o Brigitte Bardot começou suas patrulhas planejadas da região mais a sul das Ilhas Faroé, em busca de baleias-piloto.
Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do ISSB.