Dr. Giam Choo Hoo é identificado como um representante no grupo de trabalho para decidir ressalvas sobre “conflitos de interesses” na CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção)
Comentário de Gary Stokes , coordenador da Sea Shepherd Hong Kong
Recentemente a Sea Shepherd expôs como a CITES foi infiltrada pela indústria de barbatanas de tubarão através do representante suplente da Ásia, Dr. Giam Choo Hoo – “um representante da indústria de barbatanas em Cingapura”, como ele disse com suas próprias palavras. O Capitão Paul Watson tem escrito para a CITES e para o governo de Cingapura, exigindo a retirada imediata do Dr. Giam, de modo que ele não possa mais influenciar as decisões de conservação que a CITES é responsável.
A segunda demanda da Sea Shepherd para a CITES foi a introdução do conflito de interesse, que no quadro mais amplo é algo que não pode dar ao luxo de ser negligenciado por mais tempo. Para serem justos com o secretário da CITES, eles têm tentado introduzir tais ressalvas em diversas ocasiões.
Na 14ª Conferência das Partes em Hague, em 2007, o secretariado da CITES fez esforços para introduzir as ressalvas. Novamente, em 2008, na 17ª Comissão da Planta e 23ª Comissão Animal, em Genova, o secretariado da CITES recomendou que os comitês devem adaptar o projeto de regulamento interno incluindo a REGRA 26 sobre os conflitos de interesse que afirmava:
Regra 26 -“Nos casos em que um membro da comissão de Animais e Plantas tem um interesse financeiro ou pessoal, que poderia pôr em risco a sua objetividade, imparcialidade ou independência a respeito de um assunto a ser discutido pela comissão, ele ou ela devem divulgar o seu interesse para a comissão antes das discussões. Seguindo tal divulgação evetualmente, após consultas com o secretariado, o membro ou membro suplente pode participar da discussão, mas não da tomada de qualquer decisão em relação ao assunto.”
Um grupo de trabalho foi criado para analisar a proposta “Regras de Procedimento”. O presidente desse grupo de trabalho foi o representante de comissão de Plantas na América do Norte, Sr. Gabel. Os membros do grupo de trabalho eram a Sra. Clemente Munõz (Presidente da Comissão de Plantas) e, você adivinhou… o representante suplente para a Ásia no Comitê de Animais, Dr. Giam Choo Hoo (conhecido como o representante da indústria de barbatana de tubarão).
Então não há surpresa que a sugestão do grupo deverá excluir a regra sobre conflito de interesses. Aqui está o que eles disseram:
“Com relação à proposta da Regra 26, o ponto de vista foi expresso que era essencialmente uma questão de ética mais adequada a um código de conduta, em vez de regras de procedimento. A questão de como um conflito de interesses pode ser identificado, e quem pode fazer essa determinação, foi também levantada.”
Na sequência das suas recomendações sobre os projeto de regulamento interno, a regra 26 sobre conflito de interesses foi excluída.
Para não ser contrariado, o secretário geral da CITES, Sr. John Scanlon, tentou novamente no registro voluntário dos interesses. Alguns membros pensavam que havia mérito nisso, no entanto outros opuseram, dizendo que os Comitês de Animal e Plantas já consideravam rejeitada a possibilidade de alterar as suas regras de procedimento, afirmando que nunca houve um problema nos comitês científicos relacionados aos conflitos de interesses.
A comissão permanente concordou, e até hoje, graças ao Dr. Giam, a CITES não tem ressalvas no Conflito de Interesses. Por isso, Dr.Giam, a Sea shepherd tem três perguntas para você:
I- Quanto você tem sido pago?
I- Por quem?
I- Para fazer o quê?
Traduzido por Ana Dias, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil