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Barqueata contra Estaleiro OSX é reprimida pela Polícia Naval

 

Polícia Naval escolta manifestantes até a Capitania dos Portos

Polícia Naval escolta manifestantes até a Capitania dos Portos

Por Celso Martins
Florianópolis-SC

A Marinha do Brasil através de sua Polícia Naval reprimiu a barqueata contra o Estaleiro OSX, realizada nesta sabado (6.11) pela manhã nas águas da Baía Norte de Florianópolis e na principal avenida da cidade, a Beira-Mar Norte, região central da capital catarinense. Poucos minutos antes da chegada da barqueata integrada por pescadores de São Miguel (Biguaçu) e de Governador Celso Ramos, a Polícia Naval aguardava nas proximidades do trapiche em reconstrução. Ao avistarem a primeira leva de embarcações na altura de Cacupé, os políciais se deslocaram num bote inflável na direção da barqueata.

“Metade do pessoal que estava com a gente desistiu e retornou por causa da ação da Marinha”, reclamou publicamente o pescador Jonas Oscar Pereira, cujo colega, Eliton Vitorino, teve a embarcação apreendida e conduzida à sede da Capitania dos Portos de Santa Catarina, nas imediações da cabeceira continental da ponte Hercílio Luz. Eliton terá que retornar em dois dias para prestar depoimento e saber o valor da multa recebida. (Confira abaixo o auto de infração).

O ato repressivo da Marinha do Brasil aconteceu enquanto lideranças comunitárias e ambientalistas usavam um microfone para expor os motivos do ato. O oficial da reserva da Marinha e engenheiro naval Joel Guimarães de Oliveira usava o microfone quando a Polícia Naval passava pela frente do trapiche da Beira-Mar escoltando a embarcação de pesca de Rodrigo Machado. Ex-diretor de estaleiros e residente em Jurerê Internacional, Joel considerou a iniciativa arbitrária e duvidou que o comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, “tenha conhecimento disso”. A ordem para reprimir a barqueata contra o Estaleiro OSX foi dada pelo capitão-de-mar-e-guerra Marcelo Santiago Garcia, comandante da Capitania dos Portos de Santa Catarina.

O advogado Eduardo Lima, morador da Daniela, seguiu com integrantes do Movimento em Defesa das Baías de Florianópolis para a Capitania dos Portos, tendo acompanhado a ordem de apreensão da embarcação e e aplicação da multa. Em seguida o pescador Eliton Vitorino foi levado pela Polícia Naval até o local da manifestação da avenida Beira-Mar Norte: enquanto a Marinha recebeu vaias e ouviu palavrões, o pescador chegou aplaudido pelos manifestantes. “Nunca havia sido abordado antes por esse pessoal”, disse. Outras duas embarcações foram notificadas.  

O ato contra o Estaleiro OSX contou com infraestrutura de som e barraca instaladas por volta das 9h30. Aos poucos começaram a chegar os manifestantes. Os oradores foram se revezando, esperando a chegada da barqueata iniciada em São Miguel (Biguaçu) e Governador Celso Ramos e engrossada no caminho por pescadores da Ilha, seguindo em levas de cinco a seis embarcações. Com a ação repressiva da Marinha do Brasil, a barqueata se dispersou. A movimentação foi acompanhada do alto por um helicóptero. O prefeito de Biguaçu, José Castelo Deschamps, estacionou seu veículo junto aos manifestantes e ficou observando. Depois foi embora. Os participantes do ato também foram fotografados por desconhecidos.   

 

     

 

        Policiais da Capitania são recebidos com vaias pelos manifestantes

 

       Jonas Pereira, pescador: “Eu achava que a gente era só uma pedra pequena no sapato deles. Agora estou vendo que somos é uma pedra enorme”.

 

       Sílvia L. Santos Soares, maricultora de São Miguel (Biguaçu), mostra notificação da Polícia Naval/Capitania dos Portos de Santa Catarina

 

       Eliton Vitorino, pescador de São Miguel (Biguaçu): alvo da repressão

 

       Manifestantes no momento em que a Marinha escoltava o pescador

 

       A Associação de Jurerê Internacional se fez presente.

 

       O Conselho Comunitário do Pontal do Jurerê também esteve no movimento.

 

       A Associação de Bairro do Sambaqui também.