Esta é a posição do Shonan Maru #2 quando foi abordado por três valentes ativistas da Forest Rescue, às 04:30 horas de 08 de janeiro.
A procuradora-geral australiana falou sem pensar e descaradamente ontem, quando conversou com a imprensa sobre o incidente na costa da Austrália Ocidental.
A procuradora-geral da Austrália, Nicola Roxon, não hesitou em explicar por que ela não podia fazer nada para ajudar a garantir a libertação dos três homens que atualmente estão sendo mantidos presos, a bordo do navio de segurança da frota baleeira japonesa, Shonan Maru #2. O incidente ocorreu fora das águas territoriais da Austrália, ela disse, e não há nada que ela pudesse fazer sobre isso.
Como ela sabia onde ocorreu o incidente? Ela sabia porque o porta-voz de relações públicas para os baleeiros, Glenn Inwood, na Nova Zelândia, disse isso a ela.
O que foi bom o suficiente para Nicola. Ela teve sua desculpa e não precisa complicar essa desculpa com fatos reais e provas.
De acordo com os japoneses, eles estavam há cerca de 44 quilômetros da costa e convenientemente uma milha fora da zona de 24 milhas contíguas, a área onde a alfândega e a imigração australiana têm controle absoluto.
A posição real do embarque foi de 16,2 milhas ao largo da praia. Como sabemos isso? Sabemos por causa de um aparelho chamado GPS e que mostra sua posição em 32° 57″ 48″ ao sul e 115° 20′ 24″ a leste.
Não é só nas nossas unidades de GPS no Steve Irwin e os nossos pequenos barcos, mas o tempo e a posição devem ser os mesmos do GPS do Shonan Maru #2. E esta é toda a evidência que os três homens australianos precisam provar onde estavam e quando eles estavam nessa posição a bordo do navio japonês.
Teria sido mais fácil se o Shonan Maru# 2 teve seu sistema AIS ativado como exigido por lei, mas eles não o ativaram.
Hoje, o governo australiano disse que não tinham idéia de onde os três homens estavam, ou onde o Shonan Maru #2 estava. É claro que tudo o que eles teriam que fazer é nos ligar, e nós poderíamos ter dito a eles exatamente onde o navio japonês estava e ainda está, que é exatamente 10 milhas atrás de nós, onde está nos seguindo há quase um mês.
A procuradora-geral disse que o navio tinha o direito de passagem inofensiva pelas águas da Austrália. No entanto, este é o mesmo navio que cortou o Ady Gil pela metade e não foi responsabilizado pelos danos, e cujo capitão se recusou a cooperar com a investigação do governo australiano sobre a destruição do Ady Gil.
E o Shonan Maru #2 não estava exercendo o direito de passagem inocente. Ele estava seguindo o Steve Irwin em águas australianas, em apoio das atividades baleeiras ilegais e à espreita fora de Fremantle para a partida do Steve Irwin, a fim de fornecer segurança para uma frota baleeira cujas atividades ignoram uma decisão de 2008 pelo Tribunal Federal australiano, que proíbe a entrada de embarcações envolvidas na pesca da baleia em águas australianas.
A Guarda Costeira australiana, a alfândega ou a Marinha deveriam ter tido esta oportunidade de questionar o capitão e a tripulação do Shonan Maru #2 sobre a destruição do Ady Gil e sua violação à audiência do Tribunal Federal de 2008.
Em vez disso, a procuradora-geral foi rápida em lavar as mãos sobre o assunto, e acreditar no que os japoneses disseram a ela. No final, ela decidiu que apaziguar Tokyo é mais importante do que se preocupar com algo trivial – como evidência.
Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do Instituto Sea Shepherd Brasil