MITO
Os tubarões são assassinos sanguinários.
REALIDADE
Milhões estão sendo vergonhosamente
mortos, e você pode ajudar.
Finning é uma prática cruel e que está dizimando tubarões por todo mundo. Nela, o animal é capturado e suas barbatanas são cortadas. O tubarão é jogado de volta ao mar, sangrando e incapacitado de nadar, e tem uma morte agonizante.
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150 milhões de tubarões são mortos todos os anos, tanto pela pesca de espinhel, por ‘esporte’, quanto pela prática atroz conhecida como finning. Todas essas crueldades já dizimaram um número inacreditável: mais de 90% da população de grandes tubarões do mundo foi exterminada, porque essa brutalidade é mais rápida que sua capacidade de reprodução. No Brasil, a situação é alarmante: 43% das espécies de tubarão estão ameaçadas de extinção.
Os tubarões contam com mais de 400 milhões de anos de história no planeta Terra. Sua morfologia é tão perfeita que pouco se modificou durante este período, e por isso são considerados os principais predadores marinhos, com importância vital ao ecossistema dos oceanos.
A luta pela vida desses animais representa dois importantes aspectos, primeiro pelo respeito de se preservar uma espécie tão importante ao planeta, segundo pelo desequilibrio ambiental que compromete a própria sobrevivência da humanidade.
E não para por aí:
- Barbatanas de tubarão servem para preparar uma sopa sem gosto para a elite emergente asiática.
- Dentes de tubarão são usados em bijouterias.
- Mandíbulas de tubarão viram souvenirs.
- Pele de tubarão transforma-se em carteiras e cintos.
- Cartilagem de tubarão é matéria-prima de cápsulas para ‘curas milagrosas’.
- Óleo de fígado de tubarão vira cosméticos.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=IGSs7R9DAts&feature=youtu.be[/youtube]
A Sea Shepherd na luta
para proteger os tubarões
A campanha em defesa dos tubarões no Brasil é uma extensão de seus esforços mundiais. Internacionalmente, a Sea Shepherd atua em parceria com a Polícia Ambiental do Equador e vem contribuindo para punir os envolvidos em pescas ilegais, mantendo presença permanente na Reserva Marinha de Galápagos, para defendê-la de pescadores de tubarões.
No Brasil, a Campanha em Defesa dos Tubarões inclui ações civis públicas contra empresas que comercializam ilegalmente as barbatanas, a busca pela moratória à pesca do tubarão (para que as agencias fiscalizadoras possam melhorar suas condições de trabalho, e os animais possam se reproduzir), além de uma campanha destinada a restaurantes e demais locais para que não vendam produtos derivados de tubarão. Os estabelecimentos que participarem poderão usar o selo da campanha.
Como atua a Sea Shepherd
- Confisca dezenas de milhares de barbatanas de tubarão obtidas ilegalmente e colabora com a punição dos envolvidos.
- Remove milhares de quilômetros de redes de pesca ilegais e libera os animais presos a elas.
- Em parceria com a Polícia Ambiental do Equador, criou uma unidade especial de cães farejadores capazes de identificar barbatanas de tubarão.
- Desenvolve redes de inteligência para auxiliar na apreensão de barbatanas de tubarão em áreas protegidas.
- Educa o público via materiais impressos, apresentações e campanhas para o varejo.
O que você pode fazer
- Contribua com doações a Sea Shepherd e adquira produtos para apoiar nossas campanhas de ação direta.
- Não consuma carne nem produtos feitos a partir de tubarão.
- Se oponha fortemente contra restaurantes e demais lojas que comercializem produtos feitos com tubarão!
- Promova o selo “Defesa dos Tubarões” para os restaurantes e lojas que você conheça e eduque outras pessoas sobre a importância destes animais e os problemas atuais.
A brutal indústria de barbatanas de tubarões
Entenda como funciona o comércio das barbatanas, atividade que tem dizimado populações de tubarões em tudo o mundo; e como os golfinhos são usados para promover este massacre sem proporções
Não mais que doze pessoas por ano são mortas por tubarões pelo mundo. De fato, é mais perigoso jogar golfe do que nadar no oceano com tubarões. Mais jogadores de golfe são atingidos por raios e mortos todos os anos do que o número total de fatalidades envolvendo tubarões. Estatisticamente, é mais perigoso atravessar a rua do que nadar com tubarões.
Entretanto, seres humanos matam mais de 100 milhões de tubarões todos os anos, e ainda os retratam como violentos e sanguinários assassinos dos mares.
Matam-se tubarões por seus dentes e maxilares. Sim, e também para confeccionar sapatos e cintos. Mata-se pelo óleo que é extraído de seus fígados, e pela cartilagem usada na falsa promessa de cura do câncer, além de fabricar cosméticos e remédios.
A humanidade mata tubarões pelo medo que eles provocam, por comida, por ‘esporte’ e, o mais perturbador de tudo isso, para uma caríssima sopa sem gosto feita de sua barbatana, com o único propósito de impressionar família e amigos, especialmente entre os novos-ricos da Ásia.
Para tanto, os tubarões vêm sendo mortos pela pesca de espinhel e redes, e pelo simples propósito de arrancar suas barbatanas, causando uma drástica redução de sua população por todo o mundo. Uma prática conhecida como finning.
Sopa de tubarão – para quê?
Vendidas ilegalmente na maioria das vezes, as barbatanas são usadas para o preparo de um sopa que não tem qualquer sabor ou valor nutricional. É um prato servido apenas por prestígio, por um preço que chega a 400 dólares o prato. A demanda por sopa de barbatana de tubarão se desenvolveu em 1985 e coincide com o rápido crescimento da economia chinesa. Em razão desta demanda, caçadores ilegais têm invadido parques marítimos nacionais, como a Ilha de Galápagos no Equador e as Ilhas de Coco, na Costa Rica e no Brasil.
Apreensão de 3.3 toneladas de barbatanas de tubarão no Rio Grande do Sul em 2008. Apenas de cação-anjo (Squatina Guggenheim) espécie em extinção, mais de 12.000 animais foram mortos.
É preciso esquecer a histeria e a ficção criadas por Steven Spielberg em seu filme ‘Tubarão’ e voltar as atenções para o método bárbaro utilizado para a obtenção das barbatanas. Capturado em espinhéis ou redes, os tubarões têm suas suas barbatanas cortadas a frio e – não importando se ainda estão vivos ou não, são jogados ao mar novamente para sangrar até a morte, sem poder nadar.
Mais de 8.000 toneladas de barbatanas de tubarão são processadas todo ano. As barbatanas representam apenas 4% do peso do corpo de um tubarão. Faça as contas. Isso significa que 200.000 toneladas de tubarões são jogadas ao mar novamente e descartadas.
Por que devemos nos preocupar com os tubarões?
Eles são parte valiosa do ecossistema marinho. São predadores, integrantes da cadeia alimentar, e ao mesmo tempo desempenham o papel de ‘lixeiros’ do mar, contribuindo na eliminação de animais doentes e com defeitos genéticos, e estabilizando a população de peixes.
A atual redução de populações de tubarões já tem mostrado suas consequências. Por exemplo, reduzindo-se o número de tubarões aumentam-se as populações de polvos, que por sua vez terão que se alimentar de mais lagostas. Isso foi o que aconteceu na Tasmânia, gerando o colapso na pesca de lagostas.
Um ponto muitas vezes esquecido é que os tubarões se diferem de outros peixes no quesito reprodução. Ao invés de produzirem milhares de ovos, muitos deles levam até quinze anos para alcançarem a maturidade sexual, para só então produzir um único ovo por ano. Com uma taxa de reprodução tão frágil e lenta, suas populações podem nunca se recuperar dos danos que a caça tem lhe infligido.
Vinte espécies de tubarão já foram listadas como ameaçadas de extinção pela União International Para a Conservação da Natureza – IUCN.
Eles precisam de nossa proteção
A posição da Sea Shepherd é que os tubarões não devem ser mortos e devem ser protegidos por lei. Há tempos a entidade luta contra o uso dos espinhéis, e regularmente confisca redes de pesca ilegais nos oceanos.
Há vários anos a Sea Shepherd de Cingapura vêm educando o público sobre os efeitos da devastação que a cultura asiática de consumo de sopa de barbatana de tubarão está causando nas populações desse animal.
Proteger tubarões é um trabalho mais difícil do que proteger golfinhos e focas, por exemplo. Do ponto de vista de relações públicas, as focas são graciosas e os golfinhos têm aquele natural e amável sorriso. Tubarões, ao contrário, mostram seus dentes e, assim, se mostram ameaçadores.
De qualquer forma, amantes dos golfinhos precisam saber que os pescadores matam os golfinhos para usar sua carne como isca nos espinhéis para caçar tubarões – inclusive no Brasil, como no caso do massacre de 83 golfinhos no Amapá em 2007. (assista o vídeo).
O conservacionista deve reconhecer o valor da interdependência entre todas as espécies do oceano e ter consciência que os tubarões desempenham uma importante parte da diversidade do ecossistema marinho.
É preciso fazer oposição ao consumo de tubarão, desencorajar o uso de cosméticos que levam tubarão em sua fórmula e a compra de bijouterias feitas com partes de tubarão. E o mais importante disso tudo é mudar a imagem que o público em geral possui, de que os tubarões são aquelas violentas criaturas sanguinárias, que merecem morrer para o bem da humanidade e dos outros animais.
O que é um Espinhel?
Um espinhel normalmente é uma linha pesqueira feita de monofilamento. A linha geralmente chega a medir entre 1,6 a 100 quilômetros de comprimento. A linha é balizada por isopor ou flutuadores de plástico, e a cada 3 metros uma segunda linha se estende por mais 5 metros. Nesta linha secundária está enganchado um anzol iscado com lula, peixe – no Brasil se utiliza muito a sardinha, ou até carne de golfinho e foca.
Os anzóis com iscas podem ser vistos por albatrozes e, quando eles mergulham, ficam presos e se afogam. Outras formas de vida marinha vêem a isca debaixo d’água e também são fisgados quando tentam comer a amostra de carne. Os espinhéis ficam flutuando soltos no mar, longe das embarcações pesqueiras, por um período de 12 a 24 horas.
O que os espinhéis estão fazendo aos albatrozes?
Símbolo dos marinheiros durante séculos, os albatrozes vagam por vastas expansões dos oceanos do mundo e chegam à costa somente para procriar, em ilhas oceânicas do Oceano Meridional. Infelizmente, para as várias espécies de albatrozes nesta parte distante do mundo, frotas de centenas de navios pesqueiros do Japão, Coréia, Taiwan e Indonésia pescam o atum-azul (Thunnus thynnus), tubarões e agulhão-vela (Istiophorus albicans).
Albatrozes e outras espécies de aves marinhas são arrastados para debaixo d’água e morrem fisgadas nesses ganchos mortais. Todos os anos mais de cem milhões de anzóis são lançados pela frota japonesa na busca pelo atum-azul no Oceano Meridional. Anualmente, dezenas de milhares de aves morrem por esta prática.
Um cálculo modesto mostra que os espinhéis japoneses matam 44.000 albatrozes por ano. O dado atual pode ser o dobro, de acordo com investigadores, pois os dados de frotas de outras nações pescadoras não está disponível. Por causa do grande número de aves afetado, a pesca comercial foi identificada como a ameaça mais séria à sobrevivência da maioria das espécies de albatrozes.
O que os espinhéis estão fazendo às tartarugas marinhas?
Muitas espécies de tartarugas marinhas caem vitimas dos anzóis mortais dos espinhéis. Cerca de 20.000 tartarugas cabeçudas (Caretta caretta) são mortas todos os anos pela frota pesqueira espanhola no Mediterrâneo. Acredita-se que mais 4.000 morrem por serem devolvidas ao mar com os anzóis ainda presos em suas gargantas.
Voluntários da Sea Shepherd contabilizaram dezenas de carcaças de tartarugas ao longo do litoral do Pacífico na América Central. Quando examinadas, todas as tartarugas mortas foram achadas com anzóis na garganta.
Segundo relatórios da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO, são mortas 40.000 tartarugas marinhas anualmente no mundo pela prática de espinhel.
A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), a maior do mundo, poderá ser extinta dentro de algumas décadas em função das atuais práticas pesqueiras. Essa é a conclusão de investigadores marinhos na reunião de 2002 da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Denver. “Fizemos análises específicas em praias de onde temos muitos dados, e acreditamos que elas desapareçam entre 10 e 30 anos”, disse Larry Crowder, da Universidade de Duque, Carolina do Norte.
O que os espinhéis estão fazendo aos tubarões?
Os espinhéis são um dos fatores mais significantes na diminuição das populaçõesde tubarão nos oceanos. O objetivo é capturar tubarões, atum e peixes-espada (Xiphias gladius). Reforçando, os tubarões são mortos principalmente pelas suas barbatanas, que representam apenas 4% do peso de seu corpo.
Se não forem protegidas, a maioria das espécies de tubarões estarão extintas dentro de uma década.