CAMPANHA BORRIFOS
A Sea Shepherd vem monitorando o aparecimento das baleias Jubarte na região de Borrifos, em Ilhabela, SP, junto a parceiros locais. As avistagens na migração, de maio a setembro, ocorrem cada vez mais cedo e em maior quantidade já registrada a cada ano. Em 2019 foram mais de 366 registros de Jubartes de acordo com o VIVA Instituto Verde Azul, que possui ponto fixo de avistamento de cetáceos no local.
Esta nova rota de migração concorre com o trânsito de petroleiros, poluição sonora e interação com embarcações de recreio e redes ilegais de espera e cerco nas costeiras. Além de auxiliar nos avistamentos, a Sea Shepherd intercepta via rádio barcos próximos aos avistamentos e monitora a área em procura de redes de pesca ilegais para reportar às autoridades do local.
As baleias jubarte já estiveram muito ameaçadas no passado devido à caça industrial e chegaram a menos de 600 indivíduos na década de 1960.
Em 2014, graças a muitos esforços, a espécie saiu da lista de animais marinhos ameaçados de extinção. De 1000 indivíduos na década de 90 hoje aumentou para 20mil em nosso mar brasileiro – os dados são coletados na migração anual para Abrolhos (litoral sul da Bahia) durante os meses de Junho a Setembro.
Destacamos que a Sea Shepherd defende as baleias há mais de 40 anos e que o sucesso das nossas campanhas (no oceano antártico contra os caçadores ilegais) viu que todo o esforço foi compensado com a proibição da caça.
Hoje vemos novas rotas de migração e aumento da população. Várias instituições aprimoram ano após ano os seus serviços de colaboração na proteção destes gigantes e todos podem ajudar. A conservação e estudos desses animais marinhos devem continuar em águas tropicais do Atlântico Sul, região tão pouco estudada no cenário mundial.
A Campanha Borrifos é um projeto com marco zero em Ilhabela,
litoral norte de São Paulo e tem como objetivo:
- Divulgar as observações, registros, fotos e vídeos da migração anual
das Baleias-jubarte. - Apoiar projetos locais de conservação e estudo das baleias.
- Monitorar interação com barcos e molestamento com medidas de
alerta e orientações das regras de avistamento. - Registrar o comportamento através das vocalizações e canto.
- Proteger contra redes fantasma e rede de pesca ilegais.
- Registrar os possíveis filhotes nascidos no Sudeste.
- Produzir fotos e vídeos para identificação caudal do catálogo geral.
- Incentivar políticas públicas de proteção e observação científica.
- Criar pontos de observação terrestre, para o estudo do comportamento (saltos, batidas de cauda e nadadeira, forrageio, direção e quantificar grupos ou indivíduos solitários)
- Denunciar ilegalidades às autoridades competentes.
Outras espécies são encontradas na região, como as Orcas que são raras,
Baleias Bryde que são comuns e Golfinhos durante o ano todo.
A área da operação está próxima ao Refúgio de Alcatrazes que é um
arquipélago com visitação pública, sendo uma Unidade de Conservação Federal gerido pelo ICMBio Alcatrazes e Marinha do Brasil.
O local ainda é selvagem com espécies que só ocorrem ali, destino certo de pesquisadores
por ser um refúgio para animais marinhos e importante rota de migração
das Baleias-jubarte.
fotos: cortesia Julio Cardoso/ Projeto Baleia à Vista