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WikiLeaks: EUA e Japão se uniram contra Sea Shepherd

03 de janeiro de 2011

AE – Agência Estado

O Japão e os Estados Unidos estudaram em 2009 a adoção de medidas para enfraquecer o grupo defensor de baleias Sea Shepherd, segundo documentos diplomáticos norte-americanos divulgados hoje pelo site WikiLeaks. Na ocasião, Tóquio insistiu que os confrontos em alto-mar com a organização conservacionista prejudicavam os esforços para reduzir a caça dos cetáceos, de acordo com os documentos.

A representante norte-americana na Comissão Internacional Baleeira (CIB), Monica Medina, examinou a possibilidade de se anular a isenção fiscal da Sociedade Conservacionista Sea Shepherd, durante uma reunião em novembro de 2009 com altos funcionários da Agência de Pesca do Japão. O grupo, cujos barcos atrapalham a frota baleeira japonesa, atraiu adeptos e voluntários famosos, que doam para a entidade. As ações de protesto incluem levar manteiga estragada aos baleeiros para danificar seus cabos de pesca e já inspiraram uma série na TV, chamada “Whale Wars”.

No Japão, alguns consideram a campanha do Sea Shepherd como uma intromissão estrangeira em assuntos nacionais, tanto que os políticos locais tratam com cautela essa controvérsia. A adoção de medidas contra o Sea Shepherd seria um “elemento importante” para o bom término das negociações internacionais sobre o número de baleias caçadas a cada ano, disse o diretor-geral da Agência de Pesca do Japão, Katsuhiro Machida, citado nos textos diplomáticos norte-americanos.

Em referência ao grupo Sea Shepherd, Medina disse considerar “que o governo dos Estados Unidos pode mostrar que o grupo não é digno de uma isenção fiscal por suas ações agressivas e prejudiciais”, segundo os documentos diplomáticos. Porém, desde então não foi tomada por Washington nenhuma medida sobre esse caso.

O fundador do Sea Shepherd, Paul Watson, disse que o Japão já pressionou anteriormente governos estrangeiros a adotar medidas contra o grupo, como a revogação dos registros de suas embarcações. As informações são da Associated Press.

Fonte: Estadão