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Sea Shepherd Brasil embarca para a Comissão Internacional Baleeira e reforça apelo pela criação do Santuário de Baleias no Atlântico Sul

Um representante da Sea Shepherd Brasil – Luiz Antônio Faraoni, do núcleo catarinense da ONG – embarcou nesta quinta-feira para participar do 66º Encontro Anual da Comissão Internacional Baleeira (CIB), que ocorre em Portoroz, Eslovênia, do dia 20 a 28 deste mês. A CIB, criada em 1946, possui 80 países membros e tem como foco de atuação a conservação de baleias e a gestão da sua caça.

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No evento será apresentada a nova proposta – inicialmente lançada em 1998 – para a criação do Santuário de Baleias no Atlântico Sul, que é patrocinada pelos Governos da África do Sul, Argentina, Brasil, Gabão e Uruguai e tem como objetivo manter ou aumentar as populações das diferentes espécies de baleias que ocorrem na região.

Conheça a nova proposta clicando aqui

cibA proposta, que precisa ser aprovada no âmbito da CIB, tem o apoio da maioria dos países-membros, entretanto, na edição anterior do evento, a oposição ferrenha de países como Japão e Noruega impediram a obtenção da quantidade necessária de votos favoráveis (75%), inclusive com acusações de compra de votos de países mais pobres.

Desta vez, a proposta atualizada inclui um plano de manejo que segue as recomendações referendadas na última reunião do Comitê Científico da CIB. O Ministério do Meio Ambiente brasileiro está divulgando a campanha em apoio à criação do Santuário (veja a petição http://santuariodebaleias.mma.gov.br/pt/apoie-esta-campanha/) e pede ajuda para divulgar essa iniciativa nas redes com a hashtag #SantuarioEuApoio.

Vamos recuperar as populações de baleias do Atlântico Sul!

A Sea Shepherd Brasil considera que estamos em um momento crítico para os cetáceos em todo o Atlântico Sul, onde se observa um número decrescente de indivíduos vivos e cada vez maior de mortes por intervenções humanas, como poluição, captura incidental na pesca e perturbações diversas por embarcações.

No litoral brasileiro, mais especificamente no berçário de uma das espécies mais ameaçadas, a baleia franca austral, que fica em Santa Catarina, a falta de manejo e de uma política protecionista vem causando mortes e abandono dos berçários.

A Sea Shepherd Brasil apoia a criação do Santuário de Baleias no Atlântico Sul, porém também alerta que o governo brasileiro precisa agir mais efetivamente para a proteção da vida marinha em território nacional.

A última década foi de profundo descaso com a conservação marinha no Brasil mesmo sendo signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica. Esta convenção impõe uma meta de 10% de áreas marinhas protegidas até 2020, mas o país possui menos de 1% das águas territoriais protegidas no âmbito de Unidades de Conservação e a maioria das existentes é de uso direto.

A Sea Shepherd Brasil, além de ações diretas ao redor do globo, tem como uma das suas principais campanhas dar fim à caça ilegal de baleias por japoneses em outro santuário, do Oceano Austral, na Antártida.  Os japoneses alegam que a caça tem fins ‘científicos’, porém, claramente tem caráter comercial. A matança para fins ’científicos” é uma prática tolerada pela CIB, que proíbe desde 1986 a caça comercial aos cetáceos.