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Preparativos para a Operação Vento Divino em andamento

A Sea Shepherd voltará ao Oceano Antártico para defender as grandes baleias dos arpões dos caçadores japoneses

Foto: Adam Lau

Foto: Adam Lau

Joji Morishita, delegado comissário do Japão para a Comissão Internacional da Baleia (CIB) declarou oficialmente que a frota baleeira japonesa pretende retornar ao Oceano Austral em dezembro deste ano, para continuar as suas operações baleeiras ilegais. Embora esta decisão não faça sentido econômica ou politicamente, está se tornando cada vez mais óbvio que os delegados baleeiros japoneses deixaram a lógica e a razão na poeira na sua corrida maluca para condenar a Sea Shepherd Conservation Society e provar que eles não vão se render à pressão exercida em suas operações de caça pela marinha conservacionista.

Apesar de estar maciçamente em dívida, com um mercado por carne de baleia desaparecendo, um julgamento provocado pela Austrália, a condenação internacional, e a perda e o sofrimento dos cidadãos japoneses por causa do tsunami, do terremoto, e da radiação, o governo japonês parece ter a intenção de desviar recursos financeiros para subsidiar o retorno dos seus baleeiros até a costa da Antártida, simplesmente porque “eles não vão dar razão à Sea Shepherd”. Parece que o orgulho e ‘salvar a cara’ são agora as únicas razões para o seu regresso.

A grande superpotência econômica do Japão foi constrangida por uma organização não-governamental de pequeno porte, resultando em uma vingança para destruir a Sea Shepherd, pedindo que as outras nações neguem o registro das bandeiras aos nossos navios, fechem os nossos escritórios, aproveitem os nossos navios, e prenda nossas tripulações. Todo esse esforço, apesar da Sea Shepherd nunca ser acusada de um único crime, ou de ter causado um único ferimento grave.

Concomitante com este anúncio, a Sea Shepherd começou oficialmente os preparativos para Operação Vento Divino, a oitava campanha de defesa das baleias no Santuário de Baleias da Antártica e, portanto, também uma quinta temporada documentará os nossos esforços no Animal Planet, da série televisiva de sucesso, Whale Wars (Defensores de Baleias, no Brasil).

Em uma entrevista com a BBC, Morishita disse que encontrar uma maneira de lidar com os navios da Sea Shepherd é o principal obstáculo que o Japão vê para continuar com as próximas temporadas. “Estamos agora discutindo como podemos enviar a nossa frota de volta para o Oceano Antártico”, disse Morishita, delegado comissário do Japão na Comissão Internacional da Baleia e um alto funcionário da Agência de Pesca japonesa. “Em resumo, o ataque da organização Sea Shepherd é o que temos que considerar como evitar que aconteça novamente. O ataque do ano passado se tornou tão grave que não tínhamos qualquer escolha para tentar impedir que acontecesse”.

Em 12 de julho, a BBC informou que “…a cada ano, a Sea Shepherd envia frotas maiores e navios mais rápidos, enquanto o Japão tem diminuído suas forças; na temporada passada, pela primeira vez, os ativistas conquistaram a supremacia. Ao invés de capturar 850 e tantas baleias – a meta oficial – o número ficou em cerca de 170. Não está claro como o Japão pretende proteger sua frota em qualquer expedição futura – não é apenas uma questão de envio de patrulhas militares, disse o Sr. Morishita, mas é também um campo minado legal. Outra questão é a financeira. O orçamento nacional do Japão estava com problemas mesmo antes do impacto do recente terremoto e tsunami, e com as vendas de carne de baleia em queda, o custo da caça está aumentando. Mas o Sr. Morishita sugeriu que todas estas questões seriam mais fáceis de superar do que a oposição da Sea Shepherd”.

Depois de intervir contra a matança ilegal de baleias-piloto nas Ilhas Faroé, na Dinamarca, neste verão, os navios da Sea Shepherd Steve Irwin e Brigitte Bardot vão se dirigir para o sul, para se juntar ao Bob Barker, que agora está pronto para partir da Austrália. A Sea Shepherd também está procurando garantir um quarto navio em sua frota, e está convidando outras organizações para participar da campanha, para intervir nas operações ilegais do Japão de caça às baleias.

“O Japão quer empurrar isso por mais um ano. Vamos retornar ao Oceano Antártico e demonstrar que a nossa vontade e determinação para salvar as baleias continua mais forte do que a luxúria gananciosa dos baleeiros por abate ilegal”, disse o Capitão Paul Watson. “Temos investido sete anos nesta campanha e um total de 24 meses no mar na Antártida em busca de nosso objetivo de afundar a frota baleeira japonesa economicamente. Temos a intenção de tornar impossível para esses caçadores matar baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico”.

A temporada de caça às baleias está prevista para começar no Oceano Antártico, em meados de dezembro deste ano.

Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do ISSB.