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Pamela Anderson Chega nas Ilhas Faroe para Ajudar na Operação GrindStop 2014

Tradução: Igor Ramos, voluntário ISSB

A atriz e ativista clama pelo fim dos brutais assassinatos conhecidos como “Grindadrap”

 Durante a conferência de imprensa realizada esta tarde no renomado hotel Foroyar em Torshavn e transmitida ao vivo para diversos países, a atriz e ativista Pamela Anderson juntou-se à Sea Shepherd Global, Sea Shepherd Estados Unidos e Sea Shepherd França na operação GrindStop 2014. A intenção é chamar a atenção do mundo para esse massacre brutal e extremamente arcaico que acontece anualmente nas Ilhas Faroe, esse é conhecido como “grindadrap” ou “grind”.

 Juntamente com Anderson, estavam Lamya Essemlali – presidente da Sea Shepherd França e da Operação GrindStop 2014 – e Rosie Kunneke – coordenadora da Sea Shepherd África do Sul e líder da equipe de solo nos Estados Unidos.

Pamela Anderson durante a conferência de imprensa nas ilhas Faroe. Foto: Sea Shepherd/Marianna Baldo

Anderson – advogada pela causa animal a muitos anos – enfatizou que décadas atrás os habitantes das Ilhas Faroe precisavam da caça para se alimentarem, mas essa não é mais a realidade, não há necessidade alguma da prática.

“Isto não é pela sobrevivência. Existem poucas coisas que se comparam ao que acontece aqui. Isso é brutal.” disse Pamela. “Nós temos que deixar essa tradição para trás e seguir em frente, temos que deixar as baleias nadarem livremente. Acho que é claro a superior importância de salvarmos a biodiversidade e os oceanos do que matar as baleias, o lucro de preservarmos é muito maior!”

 Anderson concluiu afirmando que todas as tradições cruéis devem desaparecer e nesse caso, será a próxima geração que fará isso. “Pessoas mais novas tendem a seguir os passos da mais velhas. Essa é a hora perfeita para não ouvir aos pais e pensar por conta própria nas ações a serem tomadas. Assim como em outros movimentos, está na hora de parar e pensar: devo ouvir meus pais e avós e continuar fazendo isso? isso é correto? Essa é a hora da mudança! Hora dos jovens se levantarem e falarem: ok… vai ser assim agora e é isso que eu vou fazer! Não irei caçar mais!”

 Rosie Kunneke adicionou ao depoimento experiências próprias em seu país: “Uma cultura ou tradição que não pertença ao século XXI deve ser abolida. Eu nasci e cresci na “cultura” do Aparthaid… O mundo inteiro voltou-se, então, para nós. Com a ajuda de pessoas e países variados, nós lutamos contra e conseguimos mudar o governo. Vocês não precisam matar baleias piloto mais. Todas as pessoas com quem conversei nas Ilhas Faroe afirmam que não há a necessidade de matar esses animais.”

 A Sea Shepherd se opõe ao massacre nas Ilhas Faroe desde 1980. A Operação GrindStop 2014 foi a maior operação da Sea Shepherd organizada nas ilhas, contando aproximadamente com 500 voluntários patrulhando as praias e o oceano durante toda a temporada de caça. Os voluntários ficarão nas ilhas até o fim da temporada de caça, marcada de junho até o dia 1º de Outubro.

 O único massacre que ocorreu este ano teve a baixa de 13 baleias piloto. O incidente ocorreu no dia 18 de maio, antes da chegada da Sea Shepherd, em Junho. Ano passado, em apenas uma caçada foram mortas 267 baleias Piloto.

 Lamya Essemlali enfatizou a dúvida questionável no fato de as caças serem para a alimentação, cada caçada mata grupos inteiros de baleias de uma única vez. Além disso criticou uma alegação apontando que existiam 750000 baleias Piloto no Atlântico Norte, contudo, esse estudo foi feito vinte e cinco anos atrás. “A verdade é que não existem tantas baleias assim”, disse Essemlali. “Quando você olha o quanto diminuiu o número de golfinhos no Mar Mediterrâneo não há como não se assustar! Não entendo o por que essas pessoas insistem em dizer que as baleias não estão na mesma condição de perigo.”

 Caso alguma caça (“Grind”) tenha início, a Sea Shepherd utilizará ações diretas com táticas terrestres, aquáticas e aéreas para que o massacre não ocorra. Essa semana, voluntários da Sea Shepherd conseguiram redirecionar um grupo de baleias de volta a mar aberto com segurança. Como nada havia sido oficializado, a Sea Shepherd não infringiu nenhuma lei local ao guiar as baleias para longe dos pescadores.

 Durante centenas de anos, os habitantes das Faroe Islands tem esperado que baleias piloto e outros cetáceos passem por águas rasas para abate-los e massacra-los. Famílias inteiras, grupos inteiros foram destruídos por completo. Os habitantes alegam que sem a carne dos animais, gerações teriam passado fome e que eles precisam da carne na alimentação. Realmente, sem a caça seus antepassados teriam passado fome e havia a necessidade da caça. Contudo, hoje não há a mínima necessidade. É certo que ninguém se quer passaria fome caso nenhum cetáceo fosse morto.

 Hoje em dia, a caça – “Grindadrap” – é extremamente bárbara e cruel, é uma tradição histórica para a qual não há espaço na civilização moderna. O uso abusivo de recursos dos oceanos já está causando muitos problemas. A carne desses animais é perigosa para o consumo. A União Europeia não permite esse tipo de atividade, mas as Ilhas Faroe não seguem as regras da UE. A Sea Shepherd já realizou campanhas nas ilhas no passado e retornou mais uma vez para encerrar os massacres.

Assista ao vídeo da conferência de imprensa na seção Livestream de nosso site (http://www.seashepherd.org/grindstop/multimedia/livestream-archives.html)

Em depoimento divulgado hoje, Pamela Anderson fala sobre sua viagem para as Faroe Islands para defender as baleias Piloto:

 “Eu vim para as ilhas Faroe no dia de hoje para divulgar o massacre de criaturas inteligentes e sensíveis, as baleias Piloto, além de golfinhos e outros cetáceos, e para apoiar a Sea Shepherd na campanha Operação GrinStop 2014.

É importante entender que não somos contra os habitantes das ilhas. Nós apenas queremos proteger as baleias e golfinhos. Nós somos a voz deles. Os olhos do mundo estão voltados para as Ilhas Faroe no dia de hoje pois está na hora de encerrar esse massacre arcaico conhecido como Grind. Eu apoio a Sea Shepherd e todo o esforço feito por eles para encerrar esse massacre doloroso de indefensáveis baleias e golfinhos, animais tão inteligentes quanto nós. Eles possuem famílias assim como nós, possuem linguagem assim como nós, protegem e amam uns aos outros assim como nós, possuem nomes e estruturas extremamente complexas assim como nós.

A caça é realizada sem a necessidade de obter alimento. Esses animais podem sobreviver sem que ninguém passe fome.. Quando sabemos mais, fazemos melhor. E nós agora sabemos que essas criaturas sentem e sofrem desde o memento em que começam a serem conduzidas para as praias onde acontecem os massacres. Famílias inteiras são mortas, gerações morrem sob a justificativa de servirem de comida, porem a carne desses animais está contaminada por mercúrio e não deve ser consumida, além disso, não há a necessidade da carne para a população.

Fico tão feliz de ter minha família comigo hoje. Eles são surfistas e, nossa!, que ecossistema agradável e tão bonito para se realizar eco-turismo! É uma pena que o mar esteja vermelho de sangue dos massacres. Isso tem que acabar e tem que ser agora! Está na hora de dizer não e encerrar de uma vez por todas esse período de crueldade e tortura.”