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Operação Anjos de Laguna em defesa dos Botos Pescadores

No dia 21 de janeiro de 2017 a Sea Shepherd Brasil, Núcleo de Santa Catarina, iniciou a Operação Anjos de Laguna em defesa dos golfinhos da espécie Tursiops truncatus (golfinho flipper) também conhecidos como “botos pescadores” da Cidade de Laguna, Estado de Santa Catarina.

Os animais vem sendo mortos por assassinos que fazem pesca com rede ilegal no Rio Tubarão que desemboca no complexo lagunar.

O complexo lagunar é formado principalmente pelo Rio Tubarão que nasce no município de Lauro Muller, composto pelas lagoas Santo Antônio dos Anjos, Imaruí e Mirim. Esta bacia hidrográfica está em décimo lugar entre as mais poluídas do Brasil.

Sua foz é um dos principais pontos de alimentação dos botos, onde alguns auxiliam os pescadores artesanais em uma das mais incríveis interações da espécie com seres humanos. Infelizmente essa interação não basta para que os animais sejam preservados. Tanto que nas últimas semanas foram encontrados dois mortos. E outros seis, ao longo do ano de 2016.

Entenda o caso aqui: http://seashepherd.org.br/botos-de-laguna-a-taiji-brasileira/

No dia 21 de janeiro estava sendo realizado um campeonato de surf inter associações e a Sea Shepherd Brasil participou do evento com seu stand informativo.

“Aproveitamos o campeonato de surf para contatar agentes locais que possam nos ajudar nessa árdua tarefa e dar inicio em nossa Operação” explica Hugo Malagoli, Diretor Voluntário do Núcleo de SC.

A Operação Anjos de Laguna tem como objetivo a preservação da espécie ameaçada, desenvolvendo ações ao longo do estuário, que é seu habitat, alertando e informando sobre os riscos, impactos e ações ilegais que acontecem no local, além de ações diretas de contra os criminosos.

Foto: Elvis Palma

Foto: Elvis Palma

A pesca ilegal praticada no local é feita colocando redes tipo “feiticeira” que vão de uma margem a outra do rio, o que já caracteriza crime ambiental. Esta prática captura tudo que por ali passa, sejam eles aves, peixes e também os botos.

Segundo novos depoimentos colhidos entre os moradores que são a favor da preservação dos golfinhos, os responsáveis pelos crimes vivem numa localidade chamada “Campo Verde”, e praticam a pesca à noite dificultando a ação da pouca fiscalização que ali ocorre.

Não bastasse os criminosos que colocam redes, também há mais dois problemas gravíssimos que estão contribuindo para a extinção dos botos pescadores de Laguna em nosso tempo.

A prática de jet ski muitas vezes em alta velocidade e próxima aos botos causa grande perturbação e pânico entre eles, podendo provocar acidentes sérios. Não menos terrível e muito preocupante também, inclusive para nós humanos, é a poluição que vem sendo feita ao longo do rio com defensivos agrícolas (veneno) e metais tóxicos resultantes do agronegócio arcaico e de mineradoras irresponsáveis.

Foto: Elvis Palma

Foto: Elvis Palma

 

Esses crimes já foram denunciados pela Sea Shepherd Brasil que pediu providências aos órgãos responsáveis na Ação Civil Pública n° 5002675-25.2013.404.72 contra o ICMBio e IBAMA, requerendo a fiscalização de redes de pesca ilegais e o uso de jet skis em alta velocidade próximo aos golfinhos, como também medidas para conter a poluição das águas que está matando esses animais. Mas não obtivemos o retorno esperado. Na realidade, nada de concreto foi feito e os golfinhos continuam sendo mortos pela negligência, inoperância e incompetência do poder público.

A Logo da operação foi desenvolvida pelo voluntário Luiz Faraoni que é Coordenador de Ação do Núcleo de SC, fazendo um resgate histórico ao nome da Cidade “Santo Antônio dos Anjos da Laguna” e tem nas cores verde e vermelho uma referência ao Estado de SC.

A Operação Anjos de Laguna se dará em etapas ao longo do ano de 2017, respeitando a disponibilidade de recursos e voluntários.

“Não somos poder público. Temos recursos limitados e fazemos o melhor que podemos com o que temos. Por isso a importância da colaboração dos cidadãos. Precisamos de apoio financeiro para essa operação e você pode ajudar entrando em contato direto no email [email protected]. Tudo que arrecadamos é revertido para as ações e ninguém na Sea Shepherd Brasil é remunerado. Somos todos voluntários.” Conclui Hugo Malagoli.