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Núcleo RJ do Instituto Sea Shepherd Brasil participa da inauguração do Projeto “Corsário Carioca”.

‘Navio-pirata” utilizado pelo Projeto “Corsário Carioca”. Crédito: Raphael Jordão

No dia 08/09, o Núcleo Rio de Janeiro do Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB) participou como convidado da viagem inaugural do projeto “Corsário Carioca”. O convite partiu do Instituto Moleque Mateiro de Educação Ambiental, que juntamente com O Marinheiro e a ProjAct, idealizaram o projeto. Divulgar o conhecimento sobre a história da cidade do Rio de Janeiro é o objetivo, através de um barco-escola, onde foram também abordados temas como meio ambiente e geografia.

Público convidado sendo recepcionado pelos “piratas”. Crédito: Raphael Jordão

O público foi presenteado com um lindo dia ensolarado e recebido com uma encenação de uma batalha travada por portugueses que tentavam expulsar os invasores franceses. Um sósia de Johnny Depp, caracterizado como Jack Sparrow, personagem do filme “Piratas do Caribe”, representou os corsários franceses. Iniciando-se no Píer Santos Dumont, perto do aeroporto, passando pelos bairros da Glória, Flamengo, Botafogo, Urca e próximo à cidade de Niterói, o passeio durou cerca de três horas.

Público lotou a proa do “navio-pirata”. Crédito: Núcleo RJ - ISSB

A bordo de um navio com aparência das naus piratas do século XVII, os passageiros convidados realizaram um passeio temático pela Baía de Guanabara, recebendo lições do historiador Milton Teixeira, que contou parte da história de locais símbolos da cidade carioca, como as fortalezas de São João, no bairro da Urca, e de Santa Cruz, em Niterói; além das ilhas das Cobras, Fiscal e de Villegagnon, localizadas na Baía de Guanabara. Gisele Pontes, Ed Bastos, Raphael Jordão e Luiz André Albuquerque, voluntários do núcleo carioca, abordaram através de fotos colocadas nas paredes do navio, a questão do impacto do descarte irregular de resíduos sólidos nos oceanos e na vida marinha, tema que faz parte da campanha “Dirty Sea Project”, lançada pelo ISSB e a Revista Hardcore, em abril deste ano.

Trabalho de Educação Ambiental com convidados ao passeio. Crédito: Raphael Jordão

– Mãe e filho constatando o impacto do lixo na vida marinha. Crédito: Raphael Jordão

“Presenciamos algumas situações durante o trajeto, que reforçam um ponto que costumamos conversar durante as ações de sensibilização acerca do lixo marinho: A responsabilidade de cada cidadão no trato com seus resíduos sólidos. No popular, o que VOCÊ faz com suas embalagens a afins para que ela não se torne um problema ambiental. Enquanto comunidade, é nosso direito exigir políticas de saneamento básico, coleta seletiva, exigir que os órgãos competentes façam valer a política da logística reversa junto aos fabricantes, exigir que esses e o governo invistam em educação ambiental e ações de prevenção à geração de lixo marinho.

Mas onde foi parar o nosso dever? Pelo que Eu e os irmãos Shepherds à bordo pudemos conferir, foi parar nas águas escuras da Baía de Guanabara. Não é responsabilidade de nenhum gestor público, o que VOCÊ, cidadão, faz com a lata de bebida ou a sacola onde carregou as compras do mercado. Aliás, devia ter usado uma retornável, mas isso é para outra conversa. O que encontramos pela rota foram pedaços de descaso do cotidiano popular.

A maior parte era composta por plástico e plástico metalizado, do tipo das embalagens de “snacks”. Resíduos sólidos que quando corretamente descartados ajudam a poupar recursos naturais e deixam de impactar diretamente o ambiente da Baía de Guanabara. A pontinha de consolo que bateu foi ver esse lixo marinho boiado e não no estômago de um dos “Hugos” (nossas tartarugas da Baía) ou de aves marinhas. Com sorte, a maré jogou a maior parte destes resíduos nas areias e as companhias de limpeza urbana fizeram seu papel e as recolheram.

VOCÊ pode reduzir esse impacto! Pequenas ações individuais quando somadas fazem muita diferença para o ambiente. Vivenciamos isso em uma das praias da Baía de Guanabara. Hoje o lixo marinho gerado no local é insignificante e costuma ter visitantes não assíduos como protagonistas dessa obra. Temos uma grande tendência a preservar aquilo que conhecemos melhor. Faça a sua parte! Um ato simples como descartar corretamente latas e embalagens plásticas fazem uma diferença enorme! “ – comentou Ed Bastos.

Resíduos sólidos descartados irregularmente poluem a Baía de Guanabara e impactam o meio ambiente e a vida marinha. Crédito: Ed Bastos

Resíduos sólidos descartados irregularmente poluem a Baía de Guanabara e impactam o meio ambiente e a vida marinha. Crédito: Ed Bastos

Há a intenção de incluir o projeto nas comemorações do aniversário da cidade do Rio de Janeiro, que completará 450 anos, em 2015. A ideia já foi levada aos integrantes do Comitê Rio 450.

Agradecemos aos amigos do Instituto Moleque Mateiro de Educação Ambiental pelo convite e desejamos que o Projeto “Corsário Carioca” seja um veículo de conscientização ambiental contra o lixo marinho.

Os “piratas do Corsário Carioca” com os “piratas da Sea Shepherd”. Crédito: Raphael Jordão