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Núcleo São Paulo realiza limpeza de praia e costeira em Mongaguá

Por Carlos Francisco, Diretor Regional Voluntário do Instituto Sea Shepherd Brasil, Núcleo do Estado de São Paulo

No final de semana dos dias 31/03/2012 e 01/04/2012, a equipe de voluntários capacitados do Núcleo do Estado de São Paulo do Instituto Sea Shepherd Brasil realizou uma limpeza de costeira do Rio Mongaguá e areia de praia na cidade de Mongaguá, litoral sul do Estado de São Paulo.

Sábado, dia 31/03, a equipe tática se locomoveu de São Paulo, capital, à Mongaguá. Os objetivos eram visitar a cooperativa de catadores de lixo (COOPEMAR) para destinar o lixo coletado e selecionar a praia em que faríamos a coleta.

A prefeitura do município de Mongaguá cedeu um grande galpão a esta cooperativa, porém não cedeu uma linha de telefone para a mesma, portanto a equipe teve de ir pessoalmente até lá para verificar a possibilidade de ficarem com o lixo. Chegando na sede da COOPEMAR as portas estavam fechadas e não havia nenhum telefone na placa do galpão.

Da COOPEMAR visitamos a primeira praia junto à Plataforma de Pesca, onde a sujeira era grande e concentrada, principalmente em frente aos quiosques que formam um bolsão com a finalidade de atender aos turistas naquele ponto turístico. Tinha de tudo na areia, de garrafas à bitucas de cigarro.

Da Plataforma nos deslocamos para o centro da cidade, a fim de verificarmos a segunda praia onde poderíamos realizar a coleta, no lado direito do Rio Mongaguá (olhando para o mar), junto às rochas do rio que separam o rio da areia da praia. Tínhamos de garrafas pets de um e dois litros a canudos de refrigerantes.

Após verificar aquele lado do Rio, atravessamos para a outra margem, à esquerda, olhando o mar de cima da ponte, ao verificarmos o lixo ali existente pudemos constatar que aquele lado era o caos! De garrafas pet de todos os tamanhos, pedaços de isopor, restos de boias de redes de pesca, redes de pesca, linhas, sprays de carnaval com mais de três anos encalhados nas rochas. Era ali que faríamos o trabalho domingo. A areia junto ao rio era outro problema também, tratores de limpeza pública da praia passam o rastelo na areia e largam tudo ali junto do muro. Aquela sujeira fica lá sem que caminhão algum da prefeitura passe para coletar a sujeira no sábado ou domingo. Teríamos de limpar aquele pedaço de praia também.

O lado esquerdo do Rio Mongaguá era um problema.

Escolhido o local em Mongaguá, fomos para a cidade de Praia Grande, onde passaríamos a noite, pela avenida da praia, de carro, num total de 24,6 km. Durante o deslocamento ativamos o “Estamos de Olho no Mar”. Os dois voluntários a bordo do veículo realizaram fiscalização do mar em busca de embarcações pesqueiras em prática de arrasto ilegal dentro da APA SUL do Estado de São Paulo, nada fora avistado.

A área em Vermelho - Local da coleta

Domingo, 01/04/2012 – Dia da coleta

A equipe de sábado se deslocou para Mongaguá às 7:30 hs, enquanto a equipe principal saiu de São Paulo, às 6 da manhã.

A partir das 9:00 hs começou o trabalho de coleta de lixo nas rochas que dividem o Rio Mongaguá da areia da praia. Esta atividade foi realizada em duas etapas, das 09:00hs às 11:45hs e das 14:30hs às 17:00hs. Durante o intervalo a Equipe realizou uma reunião do Núcleo Estadual de São Paulo contando com voluntários da cidade de Santos também. Durante todo o dia os voluntários vigiaram o oceano em busca de embarcações de pesca de arrasto, uma foi visualizada e fotografa e a foto será encaminhada para os titulares da APA CENTRO para que providências sejam tomadas.

Embarcação de pesca fotografada dentro da APA CENTRO

Trabalhamos intensamente na área das rochas retirando tudo que pudesse sair de lá. O isopor é um grande problema, pois o mesmo se quebra e vai diminuindo em micropartículas que vão para o fundo dos buracos, prejudicando que pudéssemos alcançá-los e retirar parte dele.

Na parte da praia onde os tratores depositam o que chamam de limpeza fizemos uma peneiragem com a finalidade de separar o plástico pequeno e isopor das bitucas de cigarro para compor em uma garrafa o lixo de praia que não podemos ver (para fins didáticos futuros), afinal as pessoas fumam na praia e enterram as bitucas e o plástico que se quebra no mar é jogado na areia e o vento o enterra.

Foi um trabalho difícil onde os voluntários capacitados tiveram de descer às rochas do rio e entrar nos buracos para retirar os bolsões de garrafas pets que se acumulam com o tempo. Descer, subir, pular, andar sobre rochas soltas etc. Aprendizado: tenha sempre consigo o seguinte equipamento – luvas grossas, cotoveleiras, caneleiras, joelheiras e muita disposição.

O total de lixo retirado contabilizou mais de 30 sacos de 60 litros cada com latas de espuma de caranaval de diversos anos de fabricação, sacos de comida, latas de cerveja e refrigerantes, garrafas pet de todos os tamanhos e fabricantes, pratos plásticos, bandeijas de isopor, bitucas de cigarro, flaconetes de cocaína vazios entre outros itens que poluem nossas praias e oceanos.

Equipe técnica durante trabalho na costeira

Após a coleta o destino era o ECOPONTO do centro de Mongaguá, porém os responsáveis não abrem o ecoponto de domingo, mais um erro que pudemos observar. Percebemos que para os responsáveis pela coleta seletiva naquela cidade ninguém produz lixo nos finais de semana não é mesmo? O lixo foi colocado no ponto da coleta seletiva no centro conforme locais nos informaram.

As equipes retornaram a São Paulo, Santos e Praia Grande a partir das 18 hs. A equipe principal que saíra de São Paulo às 6 da manhã chegou em São Paulo por volta das 20 hs, enquanto a equipe tática que estava alojada em Praia Grande precisou se deslocar de volta àquela cidade chegando a SP por volta das 23 hs do domingo.

Durante as atividades, populares nos procuraram e denunciaram que a Prefeitura de Mongaguá não cuida das praias, morros e do meio ambiente que se encontra largado naquela cidade. Vamos investigar!

Parabéns aos voluntários presentes:
Fernando de Paula
Pedro Okawa
Sarah Daltri
Juliana Salgueiro
Pablo Campregher
Priscila Rodrigues
Juninho Costa
Carlos Francisco

A equipe com parte do lixo retirado no período final da tarde

Com a capacitação da equipe técnica nesta atividade poderemos no futuro receber voluntários gerais para eventos maiores de coleta.

Montagem da Tenda que seria nossa base na praia. Recebemos vários moradores de Mongaguá que vieram em busca de informações.

Voluntário de Santos nas rochas

Peneirando a areia em busca de bitucas e plástico.

 

Retirando garrafas das brechas sobre a calçada que segue mar adentro.

Separação do lixo na tenda.

Lata de spray de carnaval encontrada em avançado estado de decomposição.

Lata e garrafas encontradas nas rochas. Estavam lá a um bom tempo.

Garrafas encontradas nas Rochas com provável formação de algas em seu interior. Junto uma palmilha.

A equipe durante a separação do lixo