Editorial

“HURRA” PARA O ABALROAMENTO

Por: Capitão Paul Watson

Tradução: Igor Ramos, Voluntário do ISSB

Três navios Sea Shepherd estarão, em breve, seguindo rumo ao sul para, mais uma vez, interceptar a caça ilegal de baleias realizada pela frota baleeira japonesa. E pela primeira vez, não estarei a bordo. Eu estou, hoje, no estado de Utah, dirigindo para Boulder, Colorado não mais no exílio no mar; porém, ainda estou exilado nos Estados Unidos da América e não posso sair daqui. Eu estaria apreensivo em relação aos navios partirem sem a minha presença mas, ao invés disso, estou confiante de que os navios estão em boas mãos, sob a direção da Sea Shepherd Australia e comando dos capitães Sid Chakavarty e Peter Hammarstedt.

Na última temporada, eles demonstraram coragem e paixão, e juntamente com as tripulações eles pararão a gigantesca matança de Cetáceos no Oceano Antártico. Eu acredito que não haja qualquer dúvida de que o que forçou os japoneses a recuarem foi o bloqueio que terminou por impedir o reabastecimento do navio fábrica Nissin Maru pelo navio Sun Laurel. O navio Bob Barker, comandado pelo capitão Peter Hammarstedt, manteve sua posição e não se moveu apesar de repetidas e duras colisões com o imenso navio fábrica.

Com os mastros derrubados, o heliporto avariado e o radar danificado, Peter Hammarstedt desafiadoramente informou aos baleeiros que a Sea Shepherd manteria sua posição e que os baleeiros teriam que afundar o Bob Barker antes que ele fosse retirado de sua posição. A tripulação permaneceu ao lado dele apesar do iminente risco de morte. É apropriado que este Sueco se chame Peter. Em Aramaico, Peter significa “a pedra” e é por isso que Peter veio para o Santuário Antártico – a pedra que permanece entre os assassinos e o seu combustível.

Peter “a pedra” Hammarstedt é voluntário da Sea Shepherd desde que ele tinha 18 anos de idade e ele aumentou seu escalão de ajudante de convés a Capitão durante a última década. Ele provou sua determinação quando a polícia montada canadense falhou em conseguir uma única palavra dele durante um interrogatório. Nós, dramaticamente, observamos sua coragem quando ele encarou e enfrentou o navio Nisshin Maru durante a  famosa colisão. Sua lealdade durante os anos como voluntário, para seus ex-capitães, para mim e para nossos clientes foi de grande inspiração.

Paixão, coragem, imaginação, lealdade, determinação, persistência, comprometimento. Essas são palavras que sempre associo a Peter. Peter tem todos os talentos necessários para se tornar um grande líder da Sea Shepherd Conservation Society. Além de suas abilidades náuticas, ele é um bom porta-voz e um embaixador em constante movimento para os nossos oceanos. Ele entende a estratégia e, mais importante ainda, ele entende a estratégia da mídia. Eu escutei pessoas dizerem que o Peter é o novo Paul Watson.

Não, ele não é. Peter é o Peter e suas habilidades são características dele, moldadas por ele e guiadas pela intuição dele. A única coisa que nós temos em comum é o fato de termos descoberto a satisfação de ter encontrado o trabalho de nossas vidas ainda jovens. Ele sabe o que quer fazer e ele nunca teme ou volta atrás após sua decisão. Ele é um herói para os oceanos, um campeão para a vida, um advogado para a natureza e um capitão Sea Shepherd. Eu sei que em 35 anos (quando ele tiver a minha idade) ele ainda estará nas linhas de frente e não retrocederá por questões planetárias.

Ele nasceu guerreiro e eu estou confiante que sua vida inspirará outras e essas outras inspirarão muitos outros a pegarem bandeiras para a conservação marinha. Ainda jovem, com menos de trinta anos, ele já se tornou um ícone do movimento da Sea Shepherd e o futuro verá ele se tornar uma lenda. Nós somos todos sementes de um movimento pela defesa da natureza, beleza, diversidade e vida. Dez anos Atrás, Peter era uma semente, hoje ele é o tronco, ainda novo, mas fortemente enraizado e pronto para lutar e defender a causa.

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