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Desidratado, lobo-marinho encontrado na praia do Hermenegildo morre à espera de atendimento

Fêmea de um ano de idade foi encontrada debilitada no balneário, no sul do Estado

Mamífero estava subnutrido e teve os primeiros cuidados prestados por um biólogo do Instituto Sea Sheperd; na fotografia, ele ainda estava vivo. Foto: Instituto Sea Sheperd Brasil

Luísa Martins[email protected]

Um lobo-marinho encontrado na noite de terça-feira na areia do balneário Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, zona sul do Estado, morreu na noite desta quarta, à espera de atendimento. Sem ferimentos externos, mas desidratado e magro, o animal foi localizado na beira da praia por um biólogo, que o resgatou e prestou cuidados básicos. O mamífero, porém, não resistiu.

Diretor geral do Instituto Sea Sheperd Brasil, o biólogo Wendell Escol disse que o lobo marinho – uma fêmea juvenil, de aproximadamente um ano e pesando cerca de dez quilos – estava sendo perturbado pela população local.

– Tocavam no animal, tiravam fotos, tentavam empurrá-lo em direção ao mar e jogavam baldes d’água em cima dele, quando tudo o que ele queria era descansar – afirma.

Escol resgatou o mamífero e levou para sua casa, oferecendo hidratação, ambiente climaticamente ameno e tanque para banho. Mas havia a necessidade de tratamento especializado, como sonda gástrica para alimentação – procedimento que ele não tinha condições técnicas de realizar.

À tarde, Batalhão Ambiental de Rio Grande e o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (Cram), vinculado à Universidade Federal do Rio Grande (Furg), foram acionados. O resgate havia ficado agendado para a manhã desta quinta-feira.

– Não tinha como irmos antes. Como o bicho já estava enfraquecido, provavelmente morreria no caminho, devido ao sol forte. E a nossa viatura é antiga, insegura para viajar à noite – disse o tenente Eliseu Foscarini.

O Cram lamentou a morte do lobo-marinho e destacou que, para se efetuar um resgate que está distante – entre Rio Grande e a praia do Hermenegildo, por exemplo, são mais de 200 quilômetros – é preciso planejamento.

– O transporte é um fator de muito estresse para os animais marinhos. É preciso pensá-lo com cuidado. Para utilizar as viaturas do Cram, que são manobradas por motoristas da Furg, é preciso conciliar horários. Marcamos com a polícia ambiental para a primeira hora da manhã de hoje (quinta-feira), mas infelizmente, antes disso, o animal morreu.

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