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Costa Rica aumenta o ataque político ao capitão Watson e à Sea Shepherd; Interpol emite alerta ‘vermelho’

A Interpol anunciou ontem que emitiu um ‘alerta vermelho’ às nações-membro sobre o presidente e fundador da Sea Shepherd, o Capitão Paul Watson. Essa ação ocorreu depois que a Costa Rica renovou seu pedido, na forma de documentação revisada à Interpol, pedindo a detenção ou prisão do Capitão Watson com intenção de extradição à Costa Rica.

O Capitão Watson foi preso em Frankfurt, Alemanha, no dia 13 de maio, a caminho de Cannes, na França, com um mandato de 10 anos atrás. Ele abriu mão da sua fiança e saiu da Alemanha aproximadamente em 22 de julho, depois de ficar detido em prisão domiciliar por 70 dias e está, agora, em local desconhecido. O Capitão Watson estava detido na Alemanha para extradição à Costa Rica por uma alegada “violação de tráfego marítimo”, que foi relatada como tendo ocorrido durante as filmagens de 2002 do premiado documentário “Sharkwater”.

De acordo com a Interpol, a acusação atual é a de que estaria “causando risco de afogamento ou de desastre aéreo” em relação ao uso de um canhão de água no incidente de abril de 2002. Entretanto, qualquer um que tenha assistido ao documentário poderá ver, claramente, que essas acusações são falsas. O canhão de água que o Capitão Watson alegadamente utilizou para fazer parar os pescadores ilegais de barbatanas de tubarões nunca atingiu a casa do leme, não tendo, assim, qualquer possibilidade de interferir em sua navegação segura, bem como não havia qualquer aeronave próxima no momento, que pudesse causar um ‘desastre aéreo’. O governo da Guatemala havia pedido ao Capitão Watson que fizesse com que os pescadores ilegais de barbatanas de tubarões parassem com suas atividades de coleta de barbatanas, e foi isso que ele tentou fazer. Foi quando, de repente, forças policiais corruptas intervieram e viraram o jogo, e em vez de deterem os pescadores ilegais, acusaram o Capitão Watson de atividades ilegais.

Com uma ação altamente incomum, o alerta da Interpol faz a ligação da Sea Shepherd com o Capitão Watson em sua documentação. O Conselho Jur[idico da Sea Shepherd afirma que isso é prova de que as acusações são falsas e que o mandato da Costa Rica possuem motivações políticas, como resultado do conluio entre a Costa Rica e o Japão.

“A elevação do nível de ataque contra a nossa organização e nosso fundador, o Capitão Watson, foi inesperada”, disse Susan Hartland, diretora administrativa da Sea Shepherd. “A Costa Rica tem agido como marionete do Japão em todo este caso, e achamos que isso continuará a acontecer”, disse. “O Japão está fazendo essa ofensiva de retaliação por causa de nossas campanhas bem-sucedidas em deter sua pesca à baleia no Santuário de Baleias do Oceano Austral. Nós temos custado milhões de dólares aos japoneses e expusemos sua vergonha ao mundo por causa de sua recusa em parar a matança de baleias num santuário estabelecido com a fachada e a mentira de que fazem ‘pesquisa’.”

“Tem havido muita desinformação na mídia sobre este caso e já é hora da verdade prevalecer”, adicionou Hartland. “Ao contrário de outros países, na Alemanha não é crime abrir mão da fiança. A Alemanha não está lutando pela extradição do Capitão Watson e ele não cometeu nenhum crime naquele país… nem em nenhum outro. O mandato para sua detenção na Alemanha é para a extradição e está relacionado, apenas, às acusações falsas feitas pela Costa Rica. A Sea Shepherd apoia plenamente o Capitão Watson e está trabalhando com suas equipes internacionais para resolver esta batalha de motivações políticas”, disse Hartland.

Histórico:
• Um ‘alerta vermelho’ da Interpol não é um mandato de prisão internacional. Simplesmente, é uma comunicação de que existe um mandato da Costa Rica, na forma de um aviso, para suas nações membro. As nações membro podem, ou não, agir de acordo com o aviso, conforme suas vontades; não é um mandato.
• O incidente específico em questão ocorreu em águas guatemaltecas, quando a Sea Shepherd encontrou uma operação de pesca ilegal de barbatanas de tubarões realizada pela embarcação costarriquenha Varadero. Com ordem das autoridades guatemaltecas, a Sea Shepherd instruiu a tripulação do Varadero a interromperem suas atividades de pesca de tubarões para colher barbatanas e para que voltassem ao porto para serem processados. Enquanto escoltava o Varadero de volta ao porto, o jogo virou e uma embarcação armada foi enviada para interceptar a tripulação da Sea Shepherd. Para evitar a embarcação armada, a Sea Shepherd, então, navegou para a Costa Rica, onde a tripulação revelou ainda mais atividades de pesca ilegal para coleta de barbatanas na forma de barbatanas de tubarão secas aos milhares nos telhados de galpões industriais.

Traduzido por Carlinhos Puig, voluntário do Instituto Sea Shepherd Brasil