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“Cooperação Retribuída com Agressões”

Os Golfinhos Nariz-de-Garrafa de Laguna/SC são conhecidos na região e no mundo como Botos Pescadores, são responsáveis pela pesca cooperativa com pescadores tradicionais na captura das tainhas. Esse comportamento, que ocorre somente em mais duas populações no Planeta, já foi retratado em diversos documentários, nacionais e internacionais, porém nunca se divulgaram as interações negativas, para os Golfinhos da região, com a mesma intensidade e exposição de mídia, por isso seriam “desconhecidas”.

Foto: Ronaldo Amboni

Denúncias de moradores da região acerca do molestamento destes animais pela presença de jet skis, poluição da água que ocasiona doença cutânea e a crescente morte em redes clandestinas motivaram o Instituto Sea Shepherd Brasil – ISSB a ingressar com uma Ação Civil Pública para requerer que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) atuem com eficácia na proteção dos Golfinhos Nariz-de-Garrafa, população residente em Laguna e no complexo lagunar, litoral de Santa Catarina.

A presença de jet skis na região é uma forte ameaça ao bem estar dos golfinhos. Foto: Reprodução Facebook

A presença de jet skis na região é uma forte ameaça ao bem estar dos golfinhos. Foto: Reprodução Facebook

Além desta ação judicial, em fevereiro de 2014, voluntários do Núcleo do ISSB de Santa Catarina vistoriaram o Rio Tubarão, com uso de barcos e uma ancora, localizaram duas redes clandestinas, presas de margem a margem do rio. O resultado dessa operação foi informado ao Poder Judiciário.

Rede encontrada no rio Tubarão, em fev de 2014. Foto Núcleo SC

Rede encontrada no rio Tubarão, em fev de 2014. Foto Núcleo SC

Na audiência judicial, em maio de 2014, a Polícia Militar Ambiental confirmou a presença de redes clandestinas na região, responsáveis pela morte dos botos, e em recente manifestação no processo judicial informou que houve uma intensificação na fiscalização das redes clandestinas no rio Tubarão e canal de navegação da Barra da Laguna.

Consequência das redes clandestinas. Foto: Reprodução Facebook

Consequência das redes clandestinas. Foto: Reprodução Facebook

Mas, para o Sea Shepherd Brasil a atuação dos órgãos públicos deve ir além de ações de fiscalização e, principalmente, promover estudos/solução para a poluição da água causadora de doença nos Botos, educação ambiental sobre a importância dessa população e sobre os direitos animais que estão sendo violados. A ação judicial continua. O Sea Shepherd Brasil apresentou denúncia ao Ministério Público Federal acerca do biocídio do Boto fêmea Zariguim, ocorrido este ano. O crime está sendo investigado.